Uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos BRICS em Nova Iorque terminou sem uma declaração conjunta pela primeira vez desde a fundação do grupo, reflectindo dificuldades em chegar a um consenso com a adição de novos membros no último ano.
A reunião decorreu à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas e deveria produzir um texto sobre uma série de questões, incluindo o conflito no Médio Oriente, os planos para uma moeda comum e as negociações preliminares sobre se mais países BRICS se juntarão à Cimeira marcada para outubro, em Kazan, na Rússia.
Mas a reunião terminou num impasse.
Uma condição estabelecida por diplomatas indianos e brasileiros para a expansão do bloco no ano passado foi que os novos membros apoiassem as aspirações da Índia, do Brasil e da África do Sul a lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, na reunião dos BRICS em Nova Iorque, o Egipto e a Etiópia, novos membros do BRICS, recusaram-se a assinar a declaração que mencionava a questão, alegando que não havia consenso sobre qual o país que deveria ser o representante de África no órgão máximo da ONU.
O ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mauro Vieira, que presidiu à reunião defendeu que ambos os países compreenderam as condições em que foram aceites nos BRICS no ano passado.
Dada a posição dos egípcios e dos etíopes, Mauro Vieira decidiu encerrar a reunião sem chegar a um acordo sobre a declaração conjunta.