Em 2011, o Governo angolano soube gerir o seu programa orçamental ao conseguir suportar as políticas de desenvolvimento sem grandes cortes da despesa e sem deixar cair a moeda nacional a níveis inflacionários, considerou hoje, em Luanda, o economista angolano Afonso Chipepe.
“Não obstante o facto da nossa economia depender do exterior, a recessão não nos avizinhou como tal, quando sabemos que a caída do dólar é fatal para as nossas importações em euro”, disse Afonso Chipepe à Angop, referindo-se ao comportamento da economia angolana durante 2011.
“O Governo soube aguentar os seus planos sem grande austeridade. De uma maneira geral não tivemos que aplicar programas de austeridade sucessivos que tenham provocado a queda da produtividade e muito menos o aumento do desemprego, pelo contrário, houve um aumento de emprego de mão-de-obra”, considerou o economista.
Referiu que em 2011 houve uma condução de políticas responsável, uma percepção dos problemas económicos mundiais, forte capacidade de análise e um pensamento próprio do Governo relativamente a se evitar o arrastamento de défices e com isto o cumprimento de parte do plano de desenvolvimento do país.
Explicou que a nível do Governo houve também a capacidade de se evitar que houvesse grandes desequilíbrios orçamentais que não podiam ser corrigidos dentro da moeda externa.
“Com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional e o arranque da produção do LNG no Soyo aumentam as reservas do Estado dando uma almofada de ar à economia angolana sem aquele choque de austeridade que tem afectado a economia mundial”, pontualizou.
Por isso, adiantou, Angola poderá crescer de forma saudável.
Fonte: Angop