O banco de urgência da pediatria do Hospital Central do Uíge regista, há já três meses, uma redução considerável de doenças frequentes nesta época do ano, assegurou ontem a responsável da referida secção hospitalar.
Augusta Manuela Paca referiu que a unidade não regista, neste período, casos de tétano, sarampo, meningite e varicela. Actualmente, são notificados apenas casos de crianças apoquentadas por malária, doenças diarreicas e respiratórias agudas, as mais frequentes na região. A par destas enfermidades, a secção tem registado alguns casos de pessoas mordidas por animais, sobretudo cães.
A técnica de enfermagem revelou que, diariamente, são atendidas perto de 100 crianças com patologias diversas, números que ultrapassam a capacidade de internamento nas enfermarias da pediatria, de apenas 20 pacientes.
Esta situação tem obrigado os profissionais da área a realizarem tratamentos ambulatórios, servindo a área de recepção do banco de urgência da pediatria para os técnicos manterem o primeiro contacto com os pacientes.
Em seguida, os pacientes são submetidos a consulta médica para ser feita a triagem dos casos que merecem um maior acompanhamento, sendo internados, enquanto aos demais doentes é feita uma prescrição médica para levantarem os medicamentos na farmácia e prosseguirem a medicação em casa.
Manuela Augusta Paca revelou que existem medicamentos em abundância na pediatria do Hospital Geral do Uíge, lamentando apenas o número insuficiente de médicos pediatras e enfermeiros para acudir à procura diária.
Na pediatria funcionam seis pediatras, sendo um angolano e igual número de vietnamitas e quatro cubanos, além de 26 enfermeiros, revelou a responsável.
São precisas mais salas
A chefe do banco de urgência da pediatria do Hospital do Uíge defendeu a construção de, pelo menos, mais seis salas para internamento, com dez leitos cada, para responder às necessidades. O aumento de casos de malária e doenças diarreicas e, consequentemente, de crianças internadas no hospital, nos próximos dias, tendo em conta o início da época chuvosa que se avizinha, é uma das preocupações manifestadas pela responsável.
Durante o período de chuvas, realçou, surgem muitos charcos de águas estagnadas, o capim cresce mais e as águas das cacimbas e rios ficam mais contaminadas, o que contribui para o aumento de casos de malária e de doenças diarreicas agudas.
Augusta Paca sublinhou a necessidade da população seguir as medidas de prevenção destas doenças, como o uso de mosquiteiro, a destruição dos amontoados de lixo e charcos de águas e a desinfecção da água para consumo.
Fonte: Jornal de Angola