A companhia de Teatro Dadaísmo entra hoje, às 20h30, em cena, na II edição do Festival Internacional de Teatro e Artes, que decorre no Elinga, com a exibição do espectáculo dramático “Luanary”.
Adaptada do livro com o mesmo título, do escritor Adriano Botelho de Vasconcelos, a peça é sobre um conflito passado num reino onde há confrontos e lutas pelo poder, amores e dissabores, traições, sangue, mortes e luto.
Durante uma hora, a peça mostra os últimos segundos de vida do rei Luanary, num reflexo da vida diária, transposta dos contos para o palco.
De acordo com o encenador do grupo, Hilário João Belson, trata-se de uma tragédia romântica que faz uma incursão a um sistema de valores estéticos e sociais no universo da angolanidade, expresso através da recuperação do espaço matricial da tradição angolana, num jogo de marcas peculiares da memória e da história.
No desenrolar da peça, a angústia e a dor tornam-se maiores quando o filho primogénito renuncia à herança do trono, não suportando a cultura da inclemência imposta pelo pai, um tirano cruel.
“Luanary”, para Hilário João Belson, aproxima o ontem e o hoje, ao transitar entre a tradição e a modernidade, através de figuras históricas e a ideia da perda de identidade. “A peça procura ainda estabelecer um pacto com a tradição, para manter viva a chama que alimenta a existência de toda uma colectividade”, explicou.
Criada a 16 de Dezembro de 2006 e com sede na União dos Escritores Angolanos (UEA), a Companhia de Teatro Dadaísmo tem no seu repertório os espectáculos dramáticos “Olímias”, “A cela”, “Ngombwangandu, o bastardo” e “O malefício”.
Segundo o programa de actividades, amanhã, às 20h30, o grupo brasileiro “O pecado”, apresenta o espectáculo “A órfã do Rei”, uma adaptação de um livro do escritor José Mena Abrantes, enquanto o colectivo Vozes de África, da província do Huambo, exibe, domingo à mesma hora, a peça “O reino da desigualdade”.