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    Crise: O retrato de África é o mesmo

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    As crises no Sahel e na República Centro-Africana, bem como a indefinição das fronteiras entre o Sudão e o Sudão do Sul, são alguns dos mais importantes problemas detectados na África durante este ano que se presta a fechar as portas.

    A África vive entre a imensa tragédia de terras como a República Centro-Africana e a expectativa de dias bem melhores do que aqueles que foram os dos últimos 50/55 anos. Disse que vai ser industrializada e produzir muito mais, mas isso ainda vai demorar uns largos anos.

    As Nações Unidas estão a trabalhar numa estratégia integrada para enfrentar as crises no Sahel, onde povos como os da Mauritânia, do Mali e do Níger se mantêm pobres e extremamente dependentes da ajuda da comunidade internacional.

    O Conselho de Segurança pediu a todas as instâncias da ONU que elaborem um plano para evitar que o Sahel salte de crise em crise, desde o Sul da Argélia e da Líbia até às terras centro-africanas. E é por isso que o secretário-geral Ban Ki-moon decidiu visitar a região, acompanhado por representantes do Banco Mundial, da União Africana e de outras entidades.

    Dezenas de milhões de pessoas da Mauritânia, do Níger, do Mali e de outras terras a sul do Sara sofrem com a irregularidade das chuvas e com as más colheitas, de modo que se torna necessário fazer urgentemente alguma coisa para colmatar o imenso fosso que as separa de quem vive na bacia do Mediterrâneo. Há muita fome na Eritreia, no Burundi, nas Comores, no Sudão, no Chade, na Etiópia, em Madagáscar, na Zâmbia, na Serra Leoa, no Burkina Faso e em tantos outros países africanos. Há um futuro a definir no Sara Ocidental, grande parte do qual se encontra sob administração marroquina; e a depender de um referendo já tantas vezes adiado.

    Entretanto, mais de 200 000 pessoas foram este ano afastadas das suas casas na República Centro-Africana (RCA) e 1,2 milhões vivem ali sem acesso aos serviços mais básicos, numa população total de 4,5 milhões.

    E a isso há a acrescentar os refugiados do Darfur que lá se acolheram e que estão sem comida, sujeitos a toda a espécie de doenças.

    Só na missão católica de Bossangoa havia em Outubro 28 000 pessoas extremamente carenciadas, enquanto outras eram acolhidas em hospitais, escolas e outras infra-estruturas.

    O derrube do presidente François Bozizé pelos rebeldes da Seleka e a consequente agitação originaram uma luta religiosa na RCA. Depois do golpe de Março, uma milícia defensiva cristã intitulada anti-balaka tem vindo a enfrentar os islamitas.

    O director das operações humanitárias das Nações Unidas, John Ging, já afirmou que se trata de uma situação gravíssima, das piores a que a África tem assistido nos últimos anos.

    Os combatentes da Seleka têm assaltado cristãos e em resposta as forças leais a Bozizé começaram a matar muçulmanos, num crescendo de lutas fratricidas. Completamente ao contrário do que seria o desejável diálogo, a título global, entre cristãos e muçulmanos.

    A União Africana tem 2100 soldados na RCA, mas as promessas de os aumentar para 3600 não se consubstanciaram. Aqui, como em tantos outros casos, uma coisa são as declarações de princípio e outra, bem diferente, a sua passagem à prática. (opais.net)

     

     

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