A exposição “Cri$e vs Trabalho”, inaugurada na quinta-feira, no Instituto Camões – Centro Cultural Português, em Luanda, pretende ser o contributo de Don Sebas Cassule para a reflexão sobre a crise económica mundial.
A mostra é constituída por 20 obras de pintura, fotografia, vídeo e instalação, entre o figurativo e o abstracto, nas quais predominam cores vivas, com destaque para o verde, amarelo e azul.
Através de metáforas e recorrendo à natureza e à sabedoria popular, o artista propõe uma série de reflexões, a partir dos seus processos de criação artística. As cores vivas “expressam a mensagem do optimismo e esperança que devemos ter perante as dificuldades, e olhar, sobretudo, para a natureza e para o resgate dos valores culturais”, explicou Don Sebas Cassule.
O pintor usou uma técnica mista sobre tela para pintar parte dos quadros, enquanto outros são em acrílico. Na primeira instalação, que está entre o figurativo e o abstracto, recorreu a um manequim, papel higiénico, objectos recicláveis, como caixas e esferográficas, simbolizando uma aposta na educação.
Na segunda, utilizou um carrinho de mão com produtos alimentares não perecíveis e bijutarias, simbolizando os “heróis urbanos”, como as zungueiras.
A ideia foi a de tentar harmonizar nos seus quadros os seus conhecimentos sobre a crise económica mundial e mostrar soluções para o desenvolvimento de Angola. “A arte ajuda a entender melhor os seres humanos”, considera Don Sebas Cassule, que necessita, também ele, de apoios económicos, para poder levar a exposição a outros centros urbanos. “Cri$e vs Trabalho” pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, até 4 de Maio.
Sebastião Joaquim N´debela Cassule nasceu a 12 de Março de 1968, em Camabatela, no Kwanza-Norte. É desenhador, instalador e pintor autodidacta, técnico de manutenção de Aeronaves Mig 21 Bis e Antonov-26, Oficial da Força Aérea na reserva.
É membro da União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP) e da Associação Internacional de Artes Plásticas L´Aigle de Nice. Foi laureado com vários prémios.
Participou na Trienal de Arte Contemporânea de Luanda em 2007 e 2010, e na Bienal de Arte Contemporânea de Florença, em Itália, em Dezembro de 2009 e 2011, e em mais de 60 exposições colectivas no país e no estrangeiro.
Realizou sete exposições individuais e tem obras em várias colecções particulares e oficiais, em Angola e no estrangeiro.
Fonte: JA