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    Crimes de guerra atribuídos à OTAN

    Uma das filhas do presidente líbio apresentou no reino da Bélgica uma queixa contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) por crimes de guerra, noticiou, ontem, a imprensa daquele país.
    A emissora belga RTBF noticiou que Aisha Kadhafi apresentou a denúncia contra a Aliança Atlântica por considerar que a organização internacional “cometeu crimes de guerra ao bombardear a população civil em Tripoli”.
    A queixa, apresentada no Tribunal Federal Belga e no Tribunal de Bruxelas, pretende anular o bloqueio que a União Europeia impôs ao Governo da Líbia, disse a RTBF.
    A emissora acrescentou que os advogados da filha de Muammar Kadhafi apresentaram a queixa na Bélgica porque a OTAN está sedeada naquele país.
    A acusação centra-se no bombardeamento da OTAN sobre Tripoli, que matou o filho mais novo do coronel Kadhafi, três dos seus netos e outros familiares.
    Os advogados de Aisha Kadhafi lembraram que a resolução 1973 do Conselho de Segurança autoriza a Aliança Atlântica a tomar medidas militares para proteger a população líbia, “mas não contempla que se possa atacar civis, nem mesmo em caso de guerra”.
    Os advogados também sublinham que o ataque da Aliança Atlântica “foi deliberado”. Mais de 60 bombas atingiram, ontem, dia de aniversário do presidente líbio, vários edifícios oficiais e infra-estruturas de Tripoli, incluindo o complexo presidencial de Bab al-Aziziya e a estrada que liga o centro da capital ao aeroporto.

    O Governo da Líbia anunciou que, pelo menos, 29 pessoas morreram nos ataques. O aniversário de Muammar Kadhafi foi assinalado com o maior ataque de sempre das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte contra a capital líbia.
    Numa mensagem áudio, difundida pela televisão líbia, Muammar Kadhafi garantiu que não se vai render e pediu aos colaboradores mais directos que se concentrem na sede da presidência.
    O ataque da Aliança Atlântica ocorre num momento em que os rebeldes se encontram a cem quilómetros da capital e quando a diplomacia internacional aparece, em Benghazi, ao lado dos insurrectos.
    A Líbia não participou, ontem, em Viena, na reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que analisou a manutenção ou o aumento da produção.

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