Familiares de pessoas que morreram vítima de Covid-19 têm retirado os cadáveres da Morgue do Hospital Provincial de Cabinda para a realização de funerais, sem a devida autorização das autoridades sanitárias, denunciou, quarta-feira, o governador Marcos Nhunga.
Falando durante o encontro com as autoridades tradicionais da província, realizado no Centro Cultural Chiloango, Marcos Nhunga deplorou a atitude dos cidadãos que ignoram as normas estabelecidas para a realização de funerais de vítimas mortas de Covid-19.
Para o governador, a invasão da Morgue, para a retirada de parentes falecidos por Covid-19 constitui “um autêntico risco à saúde pública”, na medida em que contribui para o aumento do número de casos positivos de Covid-19 em Cabinda, onde já estão contabilizados 409 pessoas infectadas, das quais dez falecidas.
Marcos Nhunga referiu que a Covid-19 está a causar sérios problemas no seio das famílias, mas lamentou o facto de muitos cidadãos continuarem a agir de forma irresponsável, ignorando todas as medidas de prevenção estabelecidas pelas autoridades sanitárias, no sentido de mitigar o impacto do novo coronavírus.
“As pessoas nos bairros e aldeias continuam a circular sem máscaras e o distanciamento físico, esquecendo que esse é um comportamento de risco”, disse.
O governador exortou as autoridades tradicionais no sentido de intensificarem as acções de sensibilização e mobilização das comunidades, no sentido de cumprirem com as medidas de biossegurança.
O regedor de Bumelambuto, João Ntango, prometeu ser incisivo na divulgação de mensagens que despertam a consciência dos cidadãos. “Nós, as autoridades tradicionais, temos o dever de trabalhar com as autoridades sanitárias para reduzirmos o impacto da doença no seio de muitas famílias”, reiterou.