Esta segunda-feira é duplamente festiva para Tiago Rodrigues: é oficial, o encenador português foi nomeado director do festival e abre esta 75ª edição com a peça O Cerejal, de Tchekhov no recinto mais prestigiado do teatro francês.
Tiago Rodrigues encena O Cerejal de Anton Tchekhov no festival de Avignon, entre o 5 e 17 d Julho. Em entrevista à RFI, o encenador e director do Teatro Nacional D.Maria II conta-nos como foi adaptar Tchekhov para a Cour d’Honneur, onde público e personagens mergulham juntos numa relação perturbada pela indefinição do futuro.
Ora tragédia ora comédia, ora nostalgia ora esperança, ora fim ora futuro, esta peça propõe um encontro com a nossa própria existência reflectida numa família e nos seus satélites, um grupo humano em crise. E se a história deste clã aristocrático, cuja propriedade é comprada pelo filho de um antigo servo, é muitas vezes lida como uma reflexão sobre o fim, Tiago Rodrigues vê nela a inexorável força da mudança.
Pelas 22 horas, dois mil espectadores são esperados na Cour d’Honneur do Palácio dos Papas, um espaço à medida d’O Cerejal de Tiago Rodrigues.
Com um elenco de actores e músicos portugueses e francófonos, O Cerejal é a última obra de Tchekhov escrita em 1904, esta noite protagonizada pela actriz francesa Isabelle Huppert dirigida por Tiago Rodrigues. Em comum a actriz e o encenador partilhavam a vontade de trabalhar um texto do dramaturgo russo.