O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse hoje em Lisboa que o consenso da comunidade internacional sobre a situação na Guiné-Bissau devia fazer meditar os autores do golpe militar.
«Neste caso da Guiné-Bissau, a CEDEAO, a CPLP, a União Europeia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, falaram com toda a clareza, condenaram o golpe com veemência e exigiram que seja respeitada a vida das autoridades legítimas, que foram eleitas pelo povo, que são respectivamente o presidente da República e o primeiro-ministro, entre outros e que estão neste momento privados da sua liberdade e eu acho que isso devia fazer meditar os autores do golpe», disse Paulo Portas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros – que falava após uma cerimónia de homenagem em Lisboa a Raoul Wallemberg, o diplomata sueco que salvou cerca de 100 mil judeus, na Hungria, na Segunda Guerra Mundial – disse ainda que a situação dos portugueses na Guiné-Bissau «é uma matéria que preocupa todos os dias» mas que «não há novidades» e que falou com o secretário-geral das Nações Unidas sobre as posições da CPLP que esteve reunida sábado, em Lisboa.
«O contacto teve como sentido partilhar a preocupação que nós temos sobre a situação, da alteração da ordem constitucional, da normalidade e até de um processo eleitoral e de lhe relatar as conclusões das reuniões da CPLP e de o sensibilizar para a necessidade de o Conselho de Segurança das Nações Unidas dar atenção a esta situação da Guiné-Bissau», explicou Paulo Portas.
«É muito importante que os cidadãos guineenses percebam que a comunidade internacional não os abandona», disse ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, aos jornalistas.
Fonte: Lusa/SOL