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    Conflito em Mogadíscio ameaça envio de ajudas

    A capital da Somália, Mogadíscio, que enfrenta uma crise alimentar sem precedentes, foi ontem palco de intensos combates na sequência de um ataque das forças governamentais apoiadas pelas tropas da União Africana contra islamitas shebab armados. O responsável pelo serviço de ambulâncias da capital somali, Ali Muse, disse à France Press que foram registados “intensos combates em vários locais de Mogadíscio”, que provocaram feridos entre civis.
    O reacender dos combates em Mogadíscio ameaça perturbar o envio da ajuda humanitária de emergência às vítimas da fome na Somália. O primeiro avião das Nações Unidas, com 14 toneladas de víveres, aterrou na noite de quarta-feira no aeroporto da capital somali com um carregamento de mantimentos destinado a socorrer as crianças subnutridas, que deve garantir alimentos para 3.500 crianças por mês.
    No mesmo dia, Nairobi acolheu uma reunião que analisou o avanço das doações internacionais para o Corno de África, região onde a fome e a seca ameaçam a vida de 12 milhões de pessoas. A organização Médicos Sem Fronteiras revelou que a sobrelotação das instalações está a levar as autoridades do Quénia a transferir centenas de refugiados para campos sem condições mínimas de acolhimento.
    O Programa Alimentar Mundial (PAM) receia que a ajuda humanitária não chegue a mais de um milhão de pessoas que vivem nas regiões do país controladas pelos grupos islamitas próximos da Al Qaeda. A crise levou mais de 380 mil pessoas a procurar ajuda do outro lado da fronteira, nos campos de refugiados do Quénia.
    A comissária europeia para a Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Situações de Emergência, Kristalina Georgieva, afirmou na quarta-feira que a situação provocada pela crise de fome na Somália é “dilacerante” e que é “essencial que o apoio internacional chegue de forma urgente ao interior” do país. A comissária indicou que a população, vítima da fome e da seca, está a deslocar-se maciçamente em busca de alimentos e que muitas pessoas morrem ao realizarem a longa viagem.
    “O que vi na Somália é assustador. Famílias inteiras cruzam a fronteira para a Etiópia e as pessoas chegam exaustas da Somália, aumentando a taxa de mortalidade. Devemos fazer todo o possível para dar a ajuda dentro da Somália, para que as pessoas não morram ao fazer esse percurso”, acrescentou Kristalina Georgieva.
    Durante a visita à Somália e ao Quénia, Kristalina Georgieva percorreu o campo de refugiados queniano de Dadaab, onde se reuniu com famílias somalis afectadas por décadas de conflito, e foi à localidade de Doolow, no sul da Somália. Em Nairobi, a comissária europeia reuniu-se com diferentes autoridades e visitou projectos de resposta à seca e de redução de riscos financiados pela União Europeia.

    in JA

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