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    Comité exige libertação de jornalista presa nos Camarões

    O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) exigiu hoje a libertação imediata da jornalista anglo-camaronesa Mimi Mefo, presa há dois dias por “divulgar informações que violam a integridade territorial” dos Camarões.

    “Não se pode permitir aos Camarões suprimir a cobertura do conflito nas regiões anglófonas do Ocidente, prendendo jornalistas como Mimi Mefo”, referiu Robert Mahoney (na imagem numa conferência sobre Jamal Khashoggi), vice-diretor executivo do CPJ, em comunicado.

    Segundo Mahoney, a acusação de ter infringido a integridade territorial do país responde a uma “cortina de fumo risível para a censura”.

    Mimi Mefo, chefe de notícias em inglês da rádio-televisão privada Equinoxe, foi acusada na quarta-feira e está em prisão preventiva na prisão de New Bell, localizada na capital comercial de Douala, cidade dos Camarões.

    A acusação surgiu como resultado de uma publicação no seu ‘site’ em que, segundo uma fonte, o exército dos Camarões foi responsável pela morte do missionário americano Charles Truman Wesco, que morreu em outubro passado num ataque na região anglófona do Noroeste.

    Contudo, a jornalista também mencionou nas suas informações a versão oficial das autoridades, segundo a qual Wesco morreu após um ataque de separatistas anglófonos na cidade de Bamenda.

    Na segunda-feira, Mimi Mefo deverá comparecer perante um tribunal militar.

    Outro jornalista que criticou as ações do Governo nas regiões anglófonas, Michel Biem Tong, diretor do ‘site’ de notícias independentes Hurinews e preso em 23 de outubro, ainda está a aguardar para ser “libertado ou acusado”, de acordo com o CPJ.

    A crise anglófona, que começou em 2016 com protestos pacíficos por um uso mais igualitário de inglês em tribunais e centros educacionais – numa nação onde 80% da população é francófona – intensificou-se no final de 2017, após a repressão do exército e confrontos com grupos separatistas armados.

    Desde então, essas milícias separatistas têm enfrentado as forças armadas constantemente, além de pedir um boicote nas últimas eleições presidenciais e intimidar e incendiar escolas e outras instituições do Estado.

    Esses grupos exigem a criação, nas regiões anglófonas do noroeste e sudoeste dos Camarões – ex-colónias britânicas e francesas até 1960 – do Estado independente da Ambazónia.

    De acordo com a organização internacional de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, a violência interna provocou a morte de pelo menos 400 civis e 175 polícias e soldados nos últimos anos, além da fuga de mais de 300 mil pessoas. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

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