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    Comboio no Huambo e o Presidente a bordo

    O Presidente José Eduardo dos Santos visitou ontem o Huambo, onde inaugurou a nova Estação do Caminho-de-Ferro de Benguela, o Aeroporto Albano Machado e, como há precisamente três anos, discursou para milhares de almas na praça Dr. António Agostinho Neto.
    “Hoje é um grande dia para esta província, um dia de festa”, disse o Presidente, de um palco montado à frente do Palácio do Governo do Huambo, onde decorreu um espectáculo musical promovido pela LS Produções, que juntou grandes nomes da música angolana, como Matias Damásio, Yuri da Cunha, Bruna, Justino Handanga e Bessa Teixeira. “Nós não podíamos deixar de estar aqui, neste dia, para comemorar convosco a chegada do comboio”, disse aos milhares de pessoas presentes.
    Foi precisamente no mesmo local que, há três anos, José Eduardo dos Santos agradeceu aos habitantes do Huambo pela presença de mais de 100 mil pessoas e destacou a força de vontade e maturidade das populações locais, num dos comícios mais marcantes da campanha do seu MPLA para as eleições legislativas. Nessa ocasião, José Eduardo dos Santos mostrou como estavam errados os que não acreditaram na “coragem, determinação e força de vontade” das populações do Huambo.
    “Muita gente não acreditava que o comboio regressaria tão cedo à província do Huambo, quando destruíram a via-férrea, partiram tudo, colocaram minas anti-pessoais para a destruição da linha férrea. Pensaram que nós levaríamos dezenas de anos para restabelecer a via e a circulação entre o Huambo, Benguela e Lobito”, afirmou o Chefe de Estado, lembrando que “os que pensaram assim, enganaram-se, porque, afinal, nós construímos tudo de novo”.
    José Eduardo dos Santos, que fez questão de testar a qualidade do equipamento ferroviário, ao viajar de comboio cerca de três quilómetros, entre a Estação de S. Pedro e a Estação da Baixa, destacou que o comboio “é uma realidade” na província do Huambo, mas pouco ou nada que se compare com a do período anterior à independência.
    “O que havia antigamente, no tempo colonial, era bom para aquele tempo. Mas nós construímos de novo a linha férrea e a estação. É assim é que deve ser. Os portugueses trabalharam para si no tempo colonial, nós trabalhamos para nós”, afirmou o Presidente da República, lembrando ao povo que “a guerra destruiu e criou desolação, muito sofrimento. Hoje estamos em paz. Nós, os angolanos, temos de construir melhor do que construíram os portugueses no tempo colonial”.

    “Fiz questão de vir”

    O Presidente José Eduardo dos Santos frisou que existiram “motivações extras” para a sua visita ao Huambo. A menos de 24 horas de mais uma sessão do Conselho de Ministros, o Chefe do Executivo disse que fez questão de estar presente, pessoalmente, a participar na “festa do comboio”.
    “Algumas pessoas pensaram que viria uma delegação de Luanda sem mim. Mas eu fiz questão de vir e estar aqui convosco nesta data memorável”, afirmou José Eduardo dos Santos, sublinhando que uma das motivações da sua deslocação está no “acreditar e confiar na força, no dinamismo e na entrega dos nossos trabalhadores, dos camponeses, das populações do Huambo”. José Eduardo dos Santos reconheceu o sacrifício da gigantesca equipa que integrou técnicos angolanos e chineses, trabalhando “dia e noite” e que “deram-nos a alegria de trazer até aqui o comboio”.
    Mas o Presidente prometeu ainda mais trabalho: “nós não vamos parar por aqui. A nossa próxima meta é o Bié, e depois chegaremos ao Moxico, Luena, e iremos até à fronteira. É assim. O país tem de ir para frente. Tem que caminhar”.

    A força dos jovens

    Mais para o final do discurso, José Eduardo dos Santos lembrou, em especial aos jovens do Huambo, que os empreendimentos ora reinaugurados vão gerar empregos: “No tempo colonial eram mais de 14 mil trabalhadores do CFB, hoje, disse-me o presidente do Conselho de Administração (do CFB), só estão cerca de mil. Portanto, vamos ter aí vagas. É necessário que os mais jovens ingressem também nesta profissão para serem bons ferroviários, frequentem os cursos de formação profissional, cursos técnicos e que ajudem o país a restabelecer-se e a crescer”.
    O Presidente José Eduardo dos Santos voltou a falar da sua fé na força e energia dos jovens, sublinhando que é disso que o país necessita para continuar a crescer. “Nós também já fomos jovens, integrámos fileiras do MPLA, dos serviços técnicos de telecomunicações das Forças Armadas, integrámos fileiras da JMPLA, porque naquela altura compreendemos que os mais velhos precisam do apoio dos jovens, da energia e a força da juventude”, disse o Presidente , frisando que “só construindo bem o presente é que temos também garantia de um bom futuro”.

    Fonte: Jornal de Angola

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