O Presidente da República defendeu uma maior participação do sector privado na economia nacional e anunciou que o seu Executivo vai lançar uma “grande campanha de apoio” aos pequenos e médios empreendedores.
“Nas tarefas de reconstrução e desenvolvimento estamos juntos. Mas é importante que o Estado seja apoiado pelo sector privado. Sabemos que aqui na província da Lunda-Norte há pequenos empresários, pequenos empreendedores, então decidimos aprovar um programa de apoio ao pequeno negócio e emprestar dinheiro a todos aqueles que queiram dedicar-se a pequenas actividades económicas”, afirmou.
José Eduardo dos Santos disse que o Executivo “vai emprestar dinheiro barato” para as “mulheres que gostam de costura e que precisam de ter a sua máquina para coser, as que pretendam abrir o seu pequeno salão de cabeleireiro e aos jovens empreendedores que são comerciantes e têm as suas cantinas e precisam de apoio do Governo”.
O Chefe do Executivo também falou do plano para melhorar as condições de crédito para as pequenas e médias empresas, como forma de gerar mais empregos e também promover um maior equilíbrio entre o sector público e o privado na economia.
“O Estado tem uma grande presença na economia e nós queremos que cada vez mais os angolanos se tornem empreendedores, realizem bons negócios para si e para as suas famílias, mas também para criar emprego e contribuírem para o desenvolvimento nacional”, disse, sustentando que o apoio vai ser dado “àqueles que têm jeito para fazer negócio”.
Balcão do empreendedor
O Chefe do Executivo referiu-se ao Balcão Único do Empreendedor (BUE), um dossier que já recebeu luz verde do Conselho de Ministros, que deve ser instituído por via de Decreto Presidencial a ser promulgado brevemente.
O “BUE” é um serviço público personalizado, ao qual os cidadãos podem recorrer para de modo célere registarem e obterem a correspondente licença para o exercício da actividade económica.
“Os interessados que se preparem porque o Governo vai criar nos diferentes municípios, balcões para facilitar o registo das pequenas empresas daqueles pequenos empreendedores que queiram realizar os seus negócios”, disse José Eduardo dos Santos, realçando que “já não será preciso percorrer longas distâncias para fazer o registo dos seus empreendimentos”.
O Presidente declarou que o Executivo quer que os angolanos melhorem as suas condições de vida, e os empreendedores têm uma palavra a dizer em todo este processo. “Queremos a ajuda de todos. Por essa via também vamos criar mais emprego. E vamos permitir que as pessoas tenham outras fontes de sustento, para melhorarem progressivamente as suas vidas e não ficarem só dependentes do Estado. Todos nós temos que trabalhar”, disse José Eduardo dos Santos, sublinhando que “quem tem jeito apenas para ser funcionário público será funcionário público, e os que querem ser operários também podem sê-lo pois precisamos de bons operários, bons pedreiros, bons carpinteiros, bons mecânicos e também bons serralheiros”.
José Eduardo dos Santos encorajou aqueles que preferem ter o seu negócio individual: “Quem quiser ter ferramentas para trabalhar como serralheiro, mecânico ou alfaiate, também pode fazê-lo porque assim também vai contribuir para o desenvolvimento nacional”. O Presidente aproveitou o comício no Largo do Obelisco, no Dundo, para mandar uma mensagem às mulheres angolanas: “contem com o Executivo, estamos na mesma trincheira”. José Eduardo dos Santos destacou os feitos da mulher angolana na luta libertação nacional e reiterou o contínuo apoio do Executivo para que possam assumir altas responsabilidades e contribuir para o desenvolvimento do país.
As mulheres angolanas merecem uma “grande homenagem”, disse o Presidente José Eduardo dos Santos. E sublinhou que no passado dia 2 de Março, a OMA, uma organização que já integra mais de dois milhões de membros, celebrou 50 anos de existência, um longo percurso em que várias mulheres contribuíram para a luta de libertação nacional, “pelo que merecem uma grande homenagem”.
Num discurso em que pediu aos jovens que conheçam a História de Angola, o Presidente José Eduardo dos Santos referiu-se às “muitas jovens angolanas, que nos anos 60 aderiram ao movimento guerrilheiro, pegaram em armas, percorreram vários pontos do território nacional, lutaram com bravura juntos dos seus colegas homens. Muitas morreram na luta pela independência e outras estão connosco até hoje, dando o seu exemplo”.
O Chefe de Estado destacou a presença da mulher angolana em todas as frentes de luta, como na alfabetização, na reconstrução e desenvolvimento nacional, e frisou que em Angola elas ocupam lugares importantes no aparelho do Estado, nos órgãos de soberania, e em todas a áreas sem complexos.
O Chefe de Estado reafirmou o compromisso do seu Executivo em promover a igualdade de género para que a mulher possa assumir cada vez mais altas responsabilidades e contribuir para o desenvolvimento nacional.
Fonte: Jornal de Angola
