A zona da Faixa de Gaza não tem cinemas – os três que existiam foram destruídos no decurso dos confrontos. Em contrapartida, as televisões por satélite estão por todo o lado, e a propaganda política, que passa pelo investimento na televisão, em programas educacionais e em vídeos animados alinhados, está de acordo com a ideologia do Hamas.
Por outro lado, há “os cortes”, como aconteceu na censura prévia aos documentários e à ficção sobre o tema “feminino”. O realizador Al-Absi fala de “tesouras”, e garante que os cortes que viu fizeram-no “chorar sangue, em vez de lágrimas”. As fitas censuradas pelo Ministério da Cultura tiveram direito a comentários dirigidos aos realizadores.
Numa entrevista de 2009 à jornalista e cineasta canadiana Sabah Haider, radicada em Beirute, o palestiniano Elia Suleiman, realizador de “Intervenção Divina” – um filme de 2002 que arrecadou dois prémios em Cannes – salientaram como favorável a pluralidade de vozes presente no cinema palestiniano. “Não sei se o microcosmos do conflito israelo-árabe é um reflexo do mundo, ou se o mundo é um microcosmos da Palestina. A nível mundial, a Palestina multiplicou-se e criou muitas Palestinas”, acrescentou Elia Suleiman.
Fonte: Jornal de Angola