
Moçambique está a assistir ao arranque de vários projectos para fábricas de cimento, incluindo três de empresas chinesas, que vão permitir triplicar a produção da matéria-prima em apenas dois anos, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).
“A acentuada expansão da capacidade de produção de cimento destina-se a abarcar a expansão da procura do mercado da construção em Moçambique, com grandes projectos na mineração, energia e construção a apresentarem-se como principais fontes de procura”, afirma a EIU no seu mais recente relatório sobre a economia do país africano.
As três empresas chinesas pretendem construir fábricas na província de Maputo, que vão estar operacionais já no próximo ano. Magude é o local escolhido pela Africa Great Wall Cement Manufacturer para uma fábrica com uma capacidade de produção anual de 500 mil toneladas, num investimento de 78 milhões de dólares.
Já em construção está a fábrica da China International Fund, próximo de Salamanga, a sul de Maputo, que vai custar perto de 72 milhões de dólares. A produção estimada é de 800 mil toneladas, enquanto uma terceira unidade, da GS Cimento, vai ter uma capacidade de 550 mil toneladas de cimento Portland. Esta fábrica fica localizada no parque industrial de Boane, próximo da fábrica de alumínio Mozal, sendo a mais cara das três de capitais chineses, avaliada em 100 milhões de dólares.
Ainda segundo a EIU, uma quarta empresa chinesa, Bill Wood, está interessada na construção de uma fábrica de cimento em Cheringoma, província de Sofala. Dos investimentos projectados, o mais avultado é o da sul-africana Pretoria Portland Cement, 200 milhões de dólares, numa fábrica com capacidade para produzir 600 mil toneladas por ano.
Se todos os projectos se realizarem conforme planeado, a produção de cimento do país vai triplicar até ao ano de 2013, para quatro milhões de toneladas anuais, segundo a Economist Intelligence Unit, numa altura em que a procura está em acentuada expansão. Actualmente, a produção está estimada em 1,3 milhões de toneladas e é liderada pela Cimentos de Moçambique, controlada pelo grupo português Cimpor, que tem uma capacidade de perto de 700 mil toneladas.
A expansão da procura está relacionada com os muitos investimentos em infra-estruturas em curso em todo o país. Um dos últimos, segundo a EIU, é o do aeroporto internacional de Nacala, na província de Nampula, que resulta da reconversão de uma base aérea militar. A cargo da empresa brasileira de construção Odebrecht, deve estar pronto no início de 2012.
Fonte: Jornal de Angola