A China e a Europa não se deveriam considerar rivais ou entrar em confronto por causa dos seus sistemas politicos diferentes, segundo o Presidente Chinês, Xi Jinping.
O dirigente chinês declarou igualmente que a China está pronta a adoptar a UE como parceiro económico e comercial chave e, a cooperar no domínio das ciências tecnologias, incluindo no da Inteligência Artificial.
O presidente chinês exortou igualmente à União Europeia que “eliminasse todo o tipo de interferências” nas relações bilaterais e acrescentou que as duas partes deveriam desenvolver “uma correcta percepção” recíproca e, encorajar a mútua compreensão e confiança.
Por seu turno, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel e o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, encontraram-se igualmente com o Primeiro-ministro Chinês, Li Qiang, na sua visita de um dia à China.
Segundo a televisão estatal chinesa, o Primeiro-ministro Chinês disse aos dirigentes europeus que a China se opunha à excessiva “politização e ao pendor securitario em grande escala” dado às questões económicas e comerciais, violando normas fundamentais de economias de mercado.
Esperamos que a UE demonstre prudência quando introduzir políticas económicas e comerciais restritivas e, quando utilizar medidas correctivas comerciais visando manter a abertura dos seus mercados de comércio e de investimento declarou ainda aquele dirigente chinês.
Relações mais equilibradas
O encontro de quinta-feira constituiu a última ocasião para os responsáveis da UE interagirem com altos dirigentes chineses antes das eleições do próximo ano no Parlamento Europeu, que provocarão certamente mudanças à cabeça do bloco.
Um dos principais objectivos da viagem de Bruxelas era o de incitar Xi Jinping a impedir que as empresas privadas chinesas exportem para a Rússia artigos de dupla utilidade fabricados na Europa e que fossem (à posteriori) destinados à campanha militar de Moscovo.
O bloco inquieta-se igualmente com o que considera relações económicas “desequilibradas”, afirmando que o seu déficit comercial de quase 400 mil milhões de euros com a China, reflectem as restrições impostas às empresas da UE a operarem nesse país.
A China por seu turno mostrou-se descontente com o inquérito despoletado pela UE visando investigar às massivas subvenções atribuídas por Pequim aos seus construtores de carros eléctricos, assim como com a política de “redução de riscos” de Bruxelas visando reduzir a sua dependência das importações chinesas, nomeadamente no que toca às matérias primas essenciais.
Por fim, Charles Michel, o Presidente do Conselho Europeu disse ainda que a China e a UE deveriam tornar as suas relações comerciais e económicas, mais reciprocas e equilibradas.
Temos interesse comum numa relação estável e construtiva, baseada no respeito da ordem internacional fundada em regras,
disse Charles Michel em conferência de imprensa organizada ao fim do encontro com os dirigentes chineses.