A conclusão, publicada nesta semana na revista americana “American Journal of Tropical Medicine and Hygiene”, é fruto de um estudo do Instituto Internacional de Vacinas, em Seul, na Coreia do Sul.
Os cientistas, que estudaram a região de Zanzibar, na Tanzânia, tradicionalmente afectada pela doença, afirmam que aumentos de um grau Celsius na média mensal da temperatura mínima ou de 200 milímetros na média mensal de chuvas podem indicar altas até 100 por cento nos casos de cólera nos quatro meses seguintes.
Segundo os especialistas, os resultados podem instruir acções de autoridades públicas de saúde, já que as vacinas são menos eficientes quando a epidemia já está em curso e também amenizar um cenário pessimista.
Segundo Rita Reyburn, pesquisadora associada do instituto, diversas áreas endémicas no mundo devem registar aumentos na temperatura e nas chuvas nos próximos anos.
Também cientista do instituto, Mohammad Ali diz que “prever os surtos é crucial para evitar que os governos só comecem a agir quando aparecem os primeiros doentes. Neste momento, grandes grupos populacionais já carregam a bactéria e é tarde demais para agir”.
A cólera atinge principalmente áreas tropicais e pobres, onde a falta de saneamento básico facilita a contaminação pela água e pela comida.
Na República dos Camarões, um surto tomou a capital Iaundé meses depois de ocorrerem chuvas sem precedentes em Janeiro.
No Haiti, onde a doença já matou mais de 5.000 pessoas e contaminou outras 300 mil, um recente aumento de chuvas e temperatura está a ser interpretado como alerta.
Fonte: Jornal de Angola