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    Cidade de Cabinda sem luz há três dias

    A cidade de Cabinda está completamente às escuras há três dias, devido a uma avaria registado no sistema de produção da central térmica de Malongo, apurou o Jornal de Angola junto do director provincial da Empresa Nacional de distribuição de Energia Eléctrica (ENE).
    Arão Bamana considerou a situação grave, mas apela à população para se manter calma porquanto as autoridades locais estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para resolver a situação.
    “Estamos a trabalhar no sentido melhoramos a produção de energia, apesar das dificuldades que temos vindo a encontrar. É preciso reagirmos, mas para tal temos de ter os meios à nossa disposição”, referiu.
    Relativamente à falta de energia eléctrica que se regista frequentemente na cidade de Cabinda e bairros periféricos e que está afectar a produção de pequenas e médias empresas locais, cuja actividade depende essencialmente deste produto para o seu funcionamento, o responsável justificou que a mesma se deve à fraca distribuição e às constantes avarias que se registam na central de Malongo, principal fonte de energia actualmente explorada pela empresa Agreko.
    A situação, além de provocar dificuldades à vida doméstica das populações, está a criar sérios constrangimentos laborais, pois várias empresas, sobretudo as consideradas fontes de rendimento primário de muitas famílias, como serralharias, marcenarias, padarias e alfaiatarias estão na eminência de fracassar.
    O Jornal de Angola apurou junto dessas unidades de produção que, caso a situação se mantenha, muitas delas podem correr o risco de fechar. Os proprietários lamentam a crise vigente e dizem que ela já causou enormes prejuízos financeiros.

    Sem saberem que fazer

    Wilson Sassa Bumba, 44 anos, pai de seis filhos e responsável da alfaiataria “Filomão Malonda”, disse que há sete meses que não faz sequer uma única costura, por falta de energia eléctrica, pois as quatro máquinas de costura disponíveis naquele local de trabalho funcionam a electricidade. Acrescentou que, desde o dia em que teve de parar até agora as dificuldades sociais aumentaram, uma vez que a sua profissão é a sua principal fonte de rendimento e de sustento da sua família.
    A alfaiataria “Filomão Malonda” tem seis funcionários e dedica-se exclusivamente a confeccionar trajes de estilo africano para mulheres.
    Enquanto a situação prevalecer, Wilson Bumba diz que não tem maneira de pagar aos funcionários e muito menos de adquirir tecidos. Por isso pede aos responsáveis da Empresa Nacional de Electricidade (ENE) que solucionem o problema.
    “Estou preocupado com a situação da falta constante de energia eléctrica na alfaiataria. Nós pagamos impostos e se continuar assim seremos forçados a fechar as portas.
    Alguém tem de ser responsabilizado pelo que se está a passar.
    Não é normal, pois até ao momento ninguém se pronuncia sobre o assunto” lamentou. A fábrica de oxigénio e acetileno também vive os mesmos problemas de falta de energia o que lhe tem criado sérios transtorno. O administrador da firma, Joel Bumba, revelou que a fábrica esteve um mês parada, o que provocou prejuízos incalculáveis.
    A paralisação da fábrica não só afectou aquela unidade de produção, mas também outros sectores da vida socioeconómico da província, como por exemplo os hospitais, que necessitam dos seus produtos para socorrer doentes, explicou o responsável, que alerta quem de direito a rever a situação para que a empresa possa voltar ao seu funcionamento normal.

    Negócio de geradores

    Diariamente, a fábrica produz 200 garrafas de oxigénio, 60 de acetileno e 150 de nitrogénio. Com a paralisação da mesma, a empresa viu-se obrigado a comercializar os produtos em stock. Com a falta de energia que se verifica pela cidade e arredores, o negócio dos geradores tornou-se, nos últimos dias, rentável.
    Nos mercados de Cabinda vêem-se todo o tipo de geradores a ser comercializados, variando os preços em função dos KVA. Muitos são os proprietários de lojas comerciais que os adquirem para manter o seu estabelecimento em funcionamento, já que não se sabe quando é que a situação volta à normalidade.
    O mercado de São Pedro, por onde o Jornal de Angola passou, é aquele que regista mais movimentação de pessoas que pretendem adquirir geradores.
    Vendedor, João Vueti esclareceu que os preços variam consoante a capacidade de cada grupo gerador e no caso do vulgo “Fofando”, ele está a ser vendido a 11mil kwanzas, enquanto os de maior capacidade custam entre 25 e 160 mil kwanzas.

     

     

     

    Fonte: Jornal de Angola

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