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    CIA quer usar electrodomésticos como espiões do futuro

    Chamam-lhe Internet das Coisas: um mundo em que os electrodomésticos que usamos, as roupas que vestimos, os talheres com que comemos e tudo o resto que podemos imaginar pode ser identificado e localizado através de uma ligação à rede das redes. Não só não é ficção científica, como levou o actual director da CIA, David Petraeus, a antecipar com entusiasmo os benefícios para a espionagem desta verdadeira revolução na forma como entendemos a Internet.

    “Tudo o que consideramos como objecto de interesse poderá ser localizado, identificado, monitorizado e controlado à distância através de tecnologias como a identificação por rádio-frequência, redes de sensores, minúsculos servidores incorporados e colectores de energia – todas elas ligadas à Internet da próxima geração, através de uma capacidade computacional abundante, de baixo custo e muito poderosa”, descreveu o director dos serviços secretos dos EUA durante uma reunião da In-Q-Tel, uma empresa de capital de risco ligada aos serviços secretos norte-americanos que apoia as empresas que estão neste momento a contribuir para o desenvolvimento daquele tipo de tecnologia.

    A reunião decorreu no início de Março, mas a intervenção só foi divulgada no site oficial da CIA e citada pelo site da revista Wired na semana passada.

    O general de quatro estrelas, antigo responsável militar pela Força Internacional de Segurança e Assistência (ISAF, na sigla em inglês) no Afeganistão, mostrou-se particularmente interessado no cloud computing – ou computação em nuvem –, que permite aceder a ficheiros a partir de qualquer computador em qualquer parte do mundo, como já acontece com serviços como o Dropbox ou o mais recente iCloud, da Apple, por exemplo.

    “Na prática, estas tecnologias podem levar a uma rápida integração de dados de sociedades fechadas e permitir uma quase constante monitorização de praticamente qualquer coisa”, salientou o director da CIA.

    Para David Petraeus, este é um verdadeiro exemplo de uma tecnologia que vai transformar o mundo, que pode ser resumida numa curta frase: “Temos de repensar as nossas noções de identidade e de secretismo”.

    “No mundo digital, os dados estão em todo o lado. São criados constantemente, muitas vezes sem intenção e sem autorização. Todo e qualquer byte revela informação sobre localização, hábitos e, por extrapolação, intenções e prováveis comportamentos”, explicou.

    Num mundo em que a informação é produzida e replicada a uma velocidade cada vez maior, a resposta da CIA está no aumento da capacidade da agência para ter acesso e analisar tudo o que partilhamos no mundo digital: “Por exemplo, entre os projectos da In-Q-Tel há um que permite a recolha e análise de feeds das redes sociais em todo o mundo e outros projectos que usam a computação em nuvem e outros métodos para explorar e analisar todos os dados que existem”, concluiu.

    Fonte: Publico

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