As bolsas europeias abriram ontem mais moderadas, depois dos fortes ganhos registados nas duas últimas sessões da semana passada, após o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de que irá avançar com o programa de compra de dívida pública.
A arrefecer os ânimos estão alguns dados económicos conhecidos na China que mostram o abrandamento do “gigante” asiático. Além da queda inesperada de importações em Agosto, a produção industrial chinesa cresceu ao ritmo mais baixo dos últimos três anos.
Os ganhos não são unânimes e são modestos. Paris regista o maior e fica-se pelos 0,14 por cento, seguido de Madrid e Lisboa, onde o PSI 20 recua 0,11 por cento para 5.272,36 pontos.
Com alguns “pesos pesados”, como a Galp e a PT praticamente na linha de água, assumem destaque no “vermelho” as acções do BES e da EDP. O banco liderado por Ricardo Salgado baixa 0,91 por cento para 66 cêntimos e a eléctrica cai 0,7 por cento para 2,14 euros.
No “verde”, o destaque vai sobretudo para outros títulos do sector da banca. O BPI, que trepa 0,93 por cento para 0,76 euros, e o BCP, a liderar os ganhos, e a avançar 1,14 por cento para 0,09 euros.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) que mede a inflação na China, um elemento-chave para medir a inflação, aumentou em dois por cento em Agosto devido ao encarecimento dos produtos alimentares, informou hoje o Bureau Nacional de Estatísticas (BNE).
Esse aumento supera os 1,8 por cento reportados no mêsde Julho, o que coloca as autoridades chinesas numa posição difícil para balancear o controlo da inflação e o alívio monetário numa economia que tem diminuído a sua velocidade de crescimento, comentou a agência informativa Xinhua.
“A crescente pressão inflacionária e o menor crescimento económico colocarão o banco central num dilema de política monetária”, afirmou Guo Tianyong, um proeminente especialista da Universidade Central de Finanças e Economia citado pela agência oficial chinesa de informação.
O encarecimento dos produtos alimentares que provocou a aceleração do IPC foi motivado pelas fortes chuvas que afectaram o abastecimento de vegetais e a alta dos preços globais dos grãos.
O preço dos alimentos representa cerca da terça parte dos dados utilizados para calcular o IPC.
O Bureau Nacional de Estatísticas informou ainda que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) da China caiu 3,5 por cento em Agosto, comparado com o ano anterior, enquanto as estimativas eram de uma queda de 3,3 por cento.
Agosto foi o sexto mês consecutivo de deflação nos preços ao produtor, o que na opinião de especialistas afecta os ganhos corporativos e aponta expectativas de que a inflação ao consumidor se manterá contida nos próximos meses.
Segundo Wang Jun, um especialista do Centro para o Intercâmbio Económico Internacional, o Governo do país asiático deveria afrouxar novamente a oferta de moeda, pois é de se esperar que a inflação retroceda para níveis significativamente mais baixos nos últimos três meses deste ano.
“Não há necessidade de nos preocuparmos com a inflação. A prioridade deve ser estabilizar a economia”, afirmou Wang Jun, citado pela agência de imprensa oficial chinesa n”Xinhua”.