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    Cepticismo e pouca crença em mudança marca referendo constitucional na Argélia

    Os argelinos foram às urnas para um referendo sobre a reforma da Constituição, numa tentativa de virar a página do movimento de protesto popular Hirak. Perante uma população aparentemente indiferente, ninguém duvida da vitória do ‘Sim’, após uma campanha na qual os partidários do ‘Não’ foram impedidos de organizar comícios.

    Com o referendo constitucional de Domingo, as autoridades argelinas esperam neutralizar o Hirak, movimento para a mudança política e institucional muito activo durante o ano de 2019.

    Os sectores mais cépticos da sociedade argelina duvidam sobre a implementação de verdadeiras mudanças no futuro e consideram que o referendo deste Domingo tem lugar um pouco tarde.

    Segundo observadores, a vitória do “sim” a favor de uma “nova Argélia” está praticamente assegurada, mas as reformas propostas dão uma margem muita limitada de manobra, para a mudança desejada pelos partidários do Hirak.

    Saliente-se que os opositores ao referendo; não foram autorizados a organizar comícios.

    De acordo com Massena Cherbi, especialista em questões constitucionais e professor na Universidade de Ciências Políticas de Paris, a reforma não afectará o regime ultra-presidencial argelino.

    O presidente Abdelmadjid Tebboune, actualmente hospitalizado na Alemanha, está esperançoso que o triunfo do referendo porá um termo ao movimento pela mudança.

    Sucessor de Abdelaziz Bouteflika e visto pela oposição como uma figura da velha escola política argelina, Tebboune foi eleito em Dezembro de 2019, num escrutínio marcado por uma forte abstenção.

    Segundo os analistas, o mais importante será a taxa de participação no referendo, que Abdelmajid Tebboune, vê como uma maneira de confirmar a sua legitimidade presidencial. Tebboune afirmou sábado, que os argelinos têm, neste Domingo, um encontro com a história.

    Zaid al-Ali, conselheiro sênior em matéria de processo constitucional do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA) considerou que é difícil argumentar, que as reivindicações do HIRAK, visando um debate mais inclusivo sobre a Constituição da Argélia, foram respeitadas.

    Segundo Ali, embora as emendas proponham garantias em matéria de direitos sociais e económicos, as promessas são vazias.

    Elementos do Hirak, afirmaram que o referendo propõe uma mudança de fachada.

    Com uma população de 44 milhões de habitantes e detentora de vastas jazidas de petróleo, a Argélia tem sido severamente afectada pela baixa dramática do preço do petróleo bruto, assim como pela pandemia de coronavírus.

    A juventude argelina é a principal vítima da situação, caracterizada por uma alta taxa de desemprego.

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