A interdição de saída de dois cidadãos norte-americanos ligados ao fiasco do show de fim de ano promovido por Riquinho, foi levado à mesa de Barack Obama. De acordo com o diário Daily Record de Morris Townshipp, cidade de onde são originários Patrick Allocco e o filho, também retido em Angola, o prefeito Bruce Sissler escreveu ao presidente dos EUA solicitando a intervenção a favor do seu constituínte.
A retenção de ambos em Angola foi abordada em duas das conferências de imprensa que o departamento de Estado realiza todos os dias. Evocando a lei sobre a privacidade, a porta-voz do Departamento de Estado recusou-se a avançar pormenores, sublinhando no entanto que os oficiais da embaixada estão a acompanhar o caso.
Patrick Alloco e o filho Patrick Allocco Jr solicitaram igualmente a intervenção dos senadores e deputados que os representam no congresso. Ambos foram retidos após terem tentado sair de Angola sem conhecimento de Riquinho, e sem resolver a questão dos cerca de 300 mil dólares pagos a eles pelo agenciamento do rapper Nas.
Tendo preferido actuar numa festa de fim de ano do basquetebolista LeBron James, Nas é citado como tendo devolvido a Riquinho 300 mil dólares. Segundo declarações de Patrick Allocco a vários órgãos de imprensa norte-americanos, algumas das quais disponíveis no youtube, Riquinho teria solicitado mais 75 mil dólares para cobrir despesas decorrentes da preparação do espectáculo. Em resultado da decisão de Nas de não viajar para Luanda, Riquinho apresentou queixa à polícia, de que resultou a detenção em Luanda do promotor Patrick Allocco, assim como do seu filho, Patrick Alloco Jr.
Ambos continuavam no hotel Epic Sana, para onde se mudaram, no meio de preocupações com a sua segurança. Conhecida figura do meio artístico norte-americano, Patrick Allocco dá frequentes entrevistas à imprensa norte-americana. Algumas das quais estão colocadas no youtube. Numa delas admitiu que Nas já devolveu a Riquinho 300 mil dólares, mas que este reclama mais 75 mil para cobrir as despesas que teve com a preparação do show.
Em regra, Allocco e o filho fazem ginástica uma hora por dia, e passam o resto do tempo no lobby do hotel ou nos quartos. Num depoimento que prestou há uma semana ao Daily Record, de New Jersey, estado onde vive, aquele promotor de espectáculos disse que as duas partes estiveram perto de um acordo. “Continuamos a tentar uma solução”.
As negociações entre as duas partes goraram-se e Allocco deveria ser presente a Carlos Santos, o procurador responsável pelo caso, perante o qual ele próprio embora disponha de advogado, iria assumir a sua defesa. Riquinho é representado por João Barros, que foi citado pela agência France Presse como tendo dito que “os Alloccos são uma organização anarquista”. “Eles queriam sair de
Angola sem dar uma satisfação ao Riquinho e por isso foram detidos pela polícia”.
Um advogado angolano, citado pelo Daily Record, diz que Allocco não só não foi formalmente acusado de nada, como também iria pedir o levantamento da interdição que pende sobre o seu cliente: “Trata-se de um caso do fórum civil e não de âmbito criminal, pelo que não há razão para que eles sejam interditos de sair de Angola”, disse a mesma fonte.
Qualquer que venha a ser o desfecho do caso que resultou na detenção, em Luanda, do promotor norte-americano a quem a Casa Blanca confiou a contratação do rapper Nas, os promotores norte-americanos não acreditam que Riquinho venha a desistir dos seus serviços. Agentes de espectáculos contactados por telefone pelo Novo Jornal, disseram compreender o mal estar decorrente da ausência de Nas na noite de fim de ano em Luanda e para o qual havia recebido cerca de 400 mil dólares.
Porém acham desnecessária e fora de tempo o tom amarelado que Riquinho usou num comunicado publicado neste jornal, no qual misturava “resquícios da guerra com agenciamentos e vistos”. “Se o Riquinho se julga prejudicado por vários músicos, tem duas coisas a fazer: contrata um advogado em Luanda e outro nos Estados Unidos. Não precisa de vir aos Estados Unidos.
A embaixada não lhe concede visto por outra razão qualquer”, acrescentou. Apontam ainda o facto de, recentemente, um empresário angolano ter constituído advogado para um processo que o opõe a um empresário guineense, sem que para tal tivesse viajado para os EUA. Respondendo sob anonimato, as fontes contactadas pelo Novo Jornal questionam os valores avançados no comunicado divulgado por Riquinho, que diz já ter sido prejudicado em 20 milhões de dólares.
Fonte: Novo Jornal