O presidente da Associação Moçambicana de Polícias, Nazário Muanambane, considera que o envolvimento de agentes no homicídio do observador eleitoral Anastácio Matavele mancha a corporação.
“Ficamos chocados e tristes, quando ficou demonstrado que colegas nossos se envolveram naquele ato macabro”, disse Nazário Muanambane à agência de notícias Lusa.
Muanambane avançou que a postura dos seis agentes condenados, sobretudo dos dois confessos, é contrária aos princípios éticos e deontológicos da polícia.
“De nós, a sociedade não espera que estejamos metidos em actos criminosos, mas que sejamos garantes da lei, ordem e tranquilidade”, frisou.
Ordens superiores?
O presidente da Associação Moçambicana de Polícias (Amopaip) disse-se “aliviado” pelo facto de não ter sido demonstrado que os polícias actuaram em serviço e por ordens superiores.
“A polícia toda teria ficado mais manchada, se o tribunal tivesse entendido que os polícias condenados agiram em serviço e a mando de superiores hierárquicos”, assinalou Nazário Muanambane.
Muanambane referiu que as penas aplicadas aos agentes, principalmente a quatro não confessos, poderão sofrer “algum reparo” na instância de recurso, uma vez que o acórdão em primeira instância é de recurso obrigatório.
O Tribunal Judicial da Província de Gaza, sul de Moçambique, condenou na última quinta-feira (18.06) seis polícias a penas de prisão entre três anos e 24 anos pelo seu envolvimento no homicídio em Outubro passado de Anastácio Matavele.