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    Caravana segue para EUA, apesar da ameaça de Trump de cortar ajuda a centro-americanos

    Milhares de hondurenhos seguem nesta segunda-feira (22) uma gigantesca marcha pelo território mexicano rumo aos Estados Unidos, desafiando novas ameaças do presidente Donald Trump de cortar a ajuda a Honduras, Guatemala e El Salvador, por não impedir que caravana deixasse a América Central.

    Levando poucos pertences, com bebés e crianças no colo, mais de 7.000 migrantes, segundo estimativas da ONU, retomaram a caminhada pouco antes do meio-dia rumo ao norte do México, procedentes de Tapachula (estado de Chiapas), na fronteira com a Guatemala.

    “Caminhem connosco para ver o que se sente!”, gritou um migrante na praça de Tapachula, como forma de convocação de saída, provocando gritos na multidão.

    Continuavam rumo a Huixtla, também em Chiapas, que será a segunda parada de muitas até chegar a Tijuana ou Mexicali, limítrofes com os Estados Unidos e a mais de 3.000 km.

    “Eu me sinto forte, apesar da temperatura do sol”, afirmou Noemi Bobadilla, de 39 anos, que limpava armazéns em Honduras e agora atravessa o México com uma amiga e o bebê dela.

    Mas centenas preferiram pedir boleia, subindo alegres em traileres e camiões para transportar gado, e carros, gritando “Sim, foi possível! Sim, foi possível!” e agitando bandeiras hondurenhas na passagem pela comunidade de Huehuetán, onde os moradores se organizaram para oferecer-lhes comida, água, fraldas e meias.

    – Peña Nieto faz advertência –

    Logo cedo nesta segunda, Trump escreveu no Twitter: “Vamos começar a cortar, ou reduzir substancialmente, a tremenda quantidade de ajuda externa que habitualmente lhes damos”.

    O presidente americano lamentou que o México não tenha sido capaz de deter o avanço dos migrantes, motivo pelo qual pôs em alerta as patrulhas fronteiriças e os militares diante desta “emergência nacional”.

    “Infelizmente, parece que a Polícia e os militares do México são incapazes de deter a caravana que se dirige à fronteira sul dos Estados Unidos. Criminosos e pessoas do Oriente Médio não identificadas estão misturados”, tuitou Trump.

    O secretário do Interior do México, Alfonso Navarrete, reagiu à declaração de Trump afirmando que “não vamos cair na exigência de qualquer governo que pretenda provocar no México uma reação hostil por si mesma, sem fundamento, sem esgotar todos os caminhos para o diálogo”.

    Já o presidente mexicano em fim de mandato, Enrique Peña Nieto, advertiu que aqueles que optaram por permanecer na caravana “dificilmente poderão alcançar seu objetivo, seja de entrar nos Estados Unidos ou de permanecer no México”.

    O próximo chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, disse que quando em 1º de janeiro começar o governo do presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador, haverá “mudanças substanciais” na política migratória.

    “Haverá muito mais vistos de trabalho” e “vamos investir em Honduras, Guatemala e El Salvador”, prometeu. (AFP)

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