A campanha eleitoral para as presidenciais em São Tomé e Príncipe, as terceiras desde que em 1991 foi eleito o primeiro Presidente da República do regime multipartidário, começou ontem no arquipélago.
As eleições realizam-se no dia 17 de Julho e são nove os candidatos à sucessão de Fradique de Menezes que se apresentam aos 92.638 eleitores inscritos.
Depois de numa primeira fase terem surgido 14 candidaturas, o maior número de sempre, que tornaram São Tomé e Príncipe no país com o maior número de candidatos presidenciais “per capita”, o Tribunal Constitucional rejeitou quatro e um quinto optou por desistir do escrutínio.
Entre os nove candidatos agora na corrida, sobressai o nome de Manuel Pinto da Costa, primeiro presidente dos 36 anos de história do país – que se comemoram cinco dias antes do escrutínio – e que foi o promotor da instauração do regime multipartidário.
Primeiro líder do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), formação que dirigiu os destinos do Estado em regime de partido único, e a que a abertura democrática acrescentou o sufixo PSD (MLSTP-Partido Social Democrata), Pinto da Costa apresenta-se como suprapartidário.
Mais três candidatos são igualmente originários do MLSTP-PSD, a ex-primeira-ministra e vice-presidente do Parlamento, Maria das Neves, a ex-ministra da Justiça e da Defesa, Elsa Pinto, e o actual líder do partido, Aurélio Martins. Outro candidato é o antigo primeiro-ministro, em duas ocasiões, e actual presidente do Parlamento, Evaristo Carvalho, que conta com o apoio do actual partido maioritário, a Acção Democrática Independente (ADI).
Entre os demais candidatos figura o jurista Filinto da Costa Alegre, os economistas Jorge Coelho, Manuel de Deus Lima e Hélder Barros, este antigo ministro da Coordenação Económica no Governo liderado por Evaristo Carvalho.
Apesar das limitações constitucionais, que conferem ao Presidente da República espaço de manobra alargado somente nas áreas da Defesa e Relações Exteriores, é de prever que o combate à pobreza – sector em que o país apresenta índices de 54 por cento entre os pelo menos 180 mil habitantes – e a instabilidade política e o petróleo, sejam os temas mais debatidos durante as duas semanas de campanha eleitoral. O país teve 10 primeiros-ministros nos últimos 10 anos, o que alguns interpretam como sinal de instabilidade política. Sobre o petróleo, as previsões e estudos efectuados apontam que a Zona Económica Exclusiva do país integra umas das mais importantes jazidas do continente africano. Além da sua ZEE, São Tomé e Príncipe tem uma zona de desenvolvimento conjunta com o poderoso vizinho, a Nigéria.
Fonte: Jornal de Angola