Cabo Verde recebeu hoje de Moçambique a presidência rotativa dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e, numa nota, o Ministério das Relações Exteriores cabo-verdiano promete que vai promover a aprovação do estatuto jurídico da organização.
Aprovada hoje na capital moçambicana pelos chefes da diplomacia de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a passagem de testemunho da liderança da organização vai permitir às autoridades cabo-verdianas completar o programa de institucionalização dos PALOP.
“Além de completar o programa de institucionalização dos PALOP, através da aprovação da proposta de estatuto jurídico da organização e da criação de uma estrutura de coordenação entre os Estados-membros, Cabo Verde deverá completar o atual Programa de Ação e submeter o seu Programa e Plano de Ação para o biénio” 2012/14, lê-se no comunicado do Ministério das Relações Exteriores cabo-verdiano.
“O objetivo será a promoção da solidariedade e da concertação política e diplomática, tendo os PALOP como um fórum multilateral privilegiado para a concertação política, diplomática e de cooperação, bem como do aprofundamento das históricas relações de amizade e cultura”, acrescenta-se no documento.
A reunião dos chefes da diplomacia dos PALOP decorreu à margem da cimeira dos chefes do Estado e do Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorrerá na sexta-feira, também em Maputo.
A organização internacional social e cultural, criada formalmente em 2004 por iniciativa de Cabo Verde, envolve os cinco países africanos que foram colonizados por Portugal e que obtiveram as respetivas independências entre 1973 e 1975, a que se juntou a Guiné Equatorial em 2008.
Os seis Estados-membros têm vindo a firmar protocolos de cooperação em domínios como a cultura, educação, justiça, economia, diplomacia e promoção da Língua Portuguesa.
Um dos projetos mais emblemáticos dos PALOP é a criação de uma moeda única nos cinco países de expressão portuguesa e também em Timor-Leste, o “Escudo PFL”, ou seja, o Escudo do Pacto Financeiro Lusófono, que nunca chegou a ir por diante.
O escudo foi a moeda que vigorou em Portugal entre 1911 e 2002, altura em que se passou para o euro.
FONTE: Lusa