A Brigada de Segurança Escolar da Polícia Nacional está a ser reestruturada para garantir maior segurança nos estabelecimentos de ensino, anunciou na sexta-feira, em Luanda, o segundo comandante provincial, Francisco Ribas.
Ao falar na mesa redonda sobre criminalidade e delinquência juvenil, promovida pelo secretariado da JMPLA do município da Ingombota, Francisco Ribas revelou que foram identificados 25 grupos de delinquentes que actuam em diversas escolas da província.
Segundo o oficial superior da Polícia Nacional, no quadro do cumprimento da sua missão, a corporação deteve e encaminhou para o Julgado de Menores 82 adolescentes, com idades entre os 12 e os 15 anos, que perturbavam a ordem nas escolas.Na mesma senda, foram encaminhados para o Tribunal da Polícia 27 jovens maiores de 18 anos.
Municípios mais afectados
A Brigada de Segurança Escolar é o órgão da Polícia Nacional que zela pela segurança nas escolas do ensino não universitário.
Francisco Ribas informou que 72 por cento dos delinquentes são menores de idade e os municípios mais críticos são os da Ingombota, Kilamba Kiaxi, Samba e Rangel.
“A Polícia está preocupada, porque a maioria dos detidos são inimputáveis. Apesar do encaminhamento para o Julgado de Menores, os serviços da Polícia têm feito acompanhamento dos mesmos durante e após a sua reinserção na sociedade”, esclareceu.
Para diminuir a delinquência juvenil nas escolas, o comando provincial de Luanda definiu como estratégia a aproximação dos efectivos à população estudantil. “Para baixar significativamente os grandes índices de criminalidade juvenil, a Polícia tem de contar com a colaboração de outras esferas da sociedade, porque a criminalidade é um problema social”, enfatizou.
A representante do Comité Inter-ministerial de Luta Anti-Droga (CILAD), Ana Graça, disse que, em muitos casos, as causas e consequências da delinquência juvenil têm a ver com os conflitos no seio familiar. “Esses conflitos levam muitos jovens a recorrer ao consumo de drogas, o que tem graves consequências para a sociedade”, destacou. A representante do CILAD referiu que o álcool é das drogas mais consumidas pela juventude, devido à sua fácil aquisição, mas apontou outras, como a cocaína, a liamba e o craque.
“Temos de combater esta situação urgentemente, porque tem causado muitas vítimas, na maior parte das vezes por acidentes de viação, agressão física e outros factores que causam mortes”, referiu.
O primeiro secretário da JMPLA da Ingombota, Fernando Francisco João, disse que a delinquência juvenil é um dos problemas sociais que mais preocupa a sua organização.
“Esta mesa redonda surge pelo facto de os índices de delinquência estarem a subir no município das Ingombota, e nós estamos preocupados com este fenómeno”, disse.