A 28ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA 2011) terminou domingo com uma participação de 650 empresas de 36 países, das quais 34 do país convidado deste evento, o Brasil.
O coordenador da Filda 2011, Sany Cardoso, disse que durante a feira, os expositores tiveram oportunidade de fazer contactos que lhes permitem encontrar novas parcerias, prospectar potenciais clientes e promover novos postos de trabalho em Angola.
Amarildo Prusch, gerente comercial da Marcopolo S.A., fabricante de autocarros de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), Brasil, afirmou que a Filda foi uma excelente plataforma para a prospecção de novos negócios. No evento, essa empresa vendeu cinco autocarros, que representam um volume de negócios de 700 mil dólares. A Marcopolo negociou também parcerias com o sector público e empresas do sector privado.
Pela primeira vez na Filda, a Fugini, fabricante de lacticínios, apresentou enlatados, molhos, polpas e doces que já exporta para 12 países. “Chegámos aqui com alguns contactos e terminámos a Feira fechando negócios com distribuidores em supermercados locais”, comentou o gerente de Suprimentos, João Gilberto Ulian.
O negócio da Cozex é o capital humano. A empresa brasileira do Recife (Pernambuco) é especializada em consultoria e desenvolvimento humano e realiza serviços nas áreas de consultoria em domínios relacionados com os recursos humanos. Lília Barbosa, sócia-directora, disse que este “é um óptimo momento para se chegar a Angola, porque o país está em estágio de desenvolvimento dos processos de gestão e necessita muito de lideranças fortes e pessoas capacitadas”.
A brasileira Maricota, da Cidade da Luz, no interior de Minas Gerais, é uma empresa de alimentos prontos congelados, que já exporta para Angola, Estados Unidos, Espanha e Luxemburgo. O seu executivo Júlio Cézar Ribeiro notou que “o povo não tem o hábito de comer pizza ou pão de queijo congelados, mas o nosso esforço é tornar os produtos conhecidos, por meio de feiras ou promovendo degustações”.
A Brasil Foods, também do ramo de alimentos congelados, já está no mercado angolano desde 2003.
O seu gestor, Thiago Maule Orso, comentou que “Angola é um dos maiores mercados do mundo para a Brasil Foods e, por isso, foi importante marcar presença na feira, ter contacto directo com os clientes e conversar com os concorrentes, para que não se entre numa guerra de preços”.
O desenvolvimento angolano do sector de construção civil chamou a atenção dos executivos da Colibri, uma fábrica de móveis de Arapongas, interior do Paraná, que participou da Filda pela primeira vez. “A participação na Filda com a Apex-Brasil ajudou muito, principalmente para aqueles que são iniciantes no mercado angolano”, disse Camargo Júnior.
A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), parceria da Apex-Brasil no projecto Brazilian Cattle (gado), participou com quatro empresas. A In Vitro Brasil, que expôs pela primeira vez no evento, é produtora de embriões bovinos. Sedeada em Mogi Mirim, São Paulo, também exporta tecnologia e treinamento para laboratórios de embriões bovinos. O seu director-presidente, José Henrique Fortes Pontes, apresentou a um representante do Executivo um projecto de fixação do homem no campo.
A Wolf Seeds do Brasil, produtora de sementes para pastagens, concluiu negócios com um parceiro comercial para trazer para Angola sementes ferrageiras, utilizadas na formação de pastagem para alimentação de gado. A JBS, a maior produtora de proteína animal do mundo, já exporta para mais de 80 países, incluindo Angola. Essa empresa tem projectos ambiciosos para o mercado angolano, que inclui o desenvolvimento de programas sociais com foco na formação de emprego e renda para a população.
Fonte: Jornal de Angola