A nova edição do concurso, cujas inscrições vão de 19 de Abril a 31 de Outubro, tem como tema “Lígia Fagundes Telles”, escritora brasileira que, em 2005, foi galardoada com o Prémio Camões.
Aberto aos cidadãos brasileiros residentes no exterior e estrangeiros que exerçam actividades relacionadas com a língua portuguesa e a literatura brasileira, podem concorrer trabalhos sobre Educação, pesquisa e jornalismo cultural.
Podem concorrer ensaios inéditos, e caso o original tenha sido escrito em língua estrangeira, deve ser traduzido para português. Em Luanda, os candidatos devem entregar os formulários de inscrição por via postal, para a Embaixada do Brasil, constando no envelope de encaminhamento a indicação “IV Concurso Internacional de Monografia: a obra de Lígia Fagundes Telles”.
O vencedor recebe 20.000 dólares, o segundo classificado 15.000, o terceiro 10.000, o quarto recebe cinco e o quinto classificado, três mil dólares. As obras premiadas vão ser publicadas pelo Ministério das Relações Exteriores, e distribuídas de forma gratuita. Os autores vão ao Brasil, para participarem na cerimónia de entrega de prémios e nas actividades académicas programadas pelos organizadores do concurso.
A secretária de Embaixada, Tânia Regina de Sousa refere, em nota de imprensa, que o formulário de inscrição e o editorial contendo mais informações sobre o concurso estão disponíveis em português, espanhol, francês e inglês, no portal electrónico do Ministério das Relações Exteriores “www.itamaraty.gov.br”. O acesso à página pode ser também feito através do endereço “http://goo.gl/42Pqg”.
A homenagem à Lígia Fagundes Telles sucede a de outros escritores brasileiros. A escritora nasceuem São Paulo, em 1923. Membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, já publicou quatro romances e 19 contos, sendo traduzida em oito línguas. Tem obras adaptadas para o teatro, cinema e televisão.
Publicou o primeiro livro de contos, “Porão e sobrado”, com a ajuda de seu pai, assinando como Lígia Fagundes. Lígia Telles, em1941, iniciou o curso de Direito e começou a participar activamente nos debates literários, onde conheceu Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes, entre outros nomes da cena literária brasileira. Escreveu para os jornais “Arcádia” e “A Balança”, ao mesmo tempo trabalhou no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo para pagar os estudos e para a sua própria subsistência. Foi na faculdade do Largo de São Francisco que conheceu a poeta que veio a ser a sua melhor amiga, Hilda Hilst. Em 1944 publicou o livro de sucesso “Praia Viva”.