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    Brasil: Greenpeace impede saída de barco para os Estaos Unidos

    Activistas da organização não-governamental Greenpeace tentam chamar a atenção do Brasil e do mundo para o rastro de exploração e destruição ambiental que a cadeia da produção do ferro gusa estaria deixando no Estado do Maranhão.

    A ONG internacional acusa siderúrgicas de negociar com carvoarias irregulares no Brasil, alimentando o desmatamento irregular e o trabalho escravo.

    Como forma de protesto, os activistas da Greenpeace estão, há dias, impedindo a saída de um navio carregado da matéria-prima do aço que seguiria para os Estados Unidos.

    O Greenpeace também protocolou no Ministério Público Federal do Maranhão um relatório denunciado as ilegalidades que estariam sendo cometidas pelas siderúrgicas e pelas carvoarias da região ligadas à produção do aço.

    Tatiana de Carvalho, da campanha Amazónia do Greenpeace, explica que a Organização não quer desistir da acção no Maranhão até que alguma coisa seja feita.

    “Os activistas continuam pendurados na âncora do navio impedindo que ele entre no porto para carregar o ferro gusa. Nós vamos continuar ali, impedindo que essa carga seja colocada no navio, até que seja tomada alguma providência”.

    A representante do Greenpeace denuncia que as siderúrgicas estariam fazendo negócios com carvoarias irregulares, no Maranhão e no Pará, para conseguir uma quantidade de carvão vegetal muito grande para a produção do aço.

    “A maior parte desse aço é exportada para os Estados Unidos. Então, nós estamos fazendo duas pressões: uma é no mercado, nos compradores desse aço, na siderurgia e nas carvoarias para que eles deixem de cometer ilegalidade nesse processo produtivo. Mas, também estamos chamando a atenção do governo porque ele, ao se omitir, também se torna cúmplice desses crimes”, afirma.

    A movimentação que os activistas fazem no estado do Maranhão, segundo Tatiana Carvalho, objectiva também chamar a atenção de quem compra o produto final, feito da matéria-prima retirada do Brasil de forma irregular.

    “O consumidor final, que compra o carro nos Estados Unidos, depois de todo o processo produtivo, ele também tem que pressionar e exigir que o produto que ele está exigindo não esteja ligado a destruição da floresta Amazónica”, afirma.  “Nós estamos divulgando a actividade em todo o mundo porque só assim vamos conseguir fazer com que o governo e as siderúrgicas tomem uma atitude”.

    “Queremos o compromisso de que serão investigadas as denúncias feitas no relatório, relacionadas com o uso do trabalho escravo e também ao desmatamento ilegal dentro de unidades de conservação e terras indígenas”, lembra a activista do Greenpeace.

    O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre a situação e as denúncias. Para a ONG, isso reflecte descompromisso com a protecção ambiental vindo de um governo que vende a imagem de país verde e moderno às vésperas da Rio +20.

    Fonte: VOA

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