Uma final inédita será realizada neste domingo em Belgrado e fará uma das duas equipes, Brasil ou Sérvia, erguer pela primeira vez em sua história o troféu de campeã mundial de handebol feminino. Cerca de 20 mil pessoas são esperadas no ginásio Kombank Arena, o que será um novo recorde de público para essa modalidade. O jogo será às 14h15 pelo horário de Brasília.
Chegar à final já é uma grande conquista para o handebol feminino do Brasil que já tem garantido ao menos uma medalha de prata, feito já considerado excepcional na história desse esporte para o país. A melhor posição já alcançada pela equipe foi o 5° lugar no Mundial de 2011, disputado em São Paulo.
A seleção brasileira é a segunda equipe não europeia a chegar à final do Mundial, após a Coréia do Sul que terminou com a medalha de ouro em 1995.
Sem tradição no esporte, a equipe do Brasil era considerada um “azarão” para a conquista do título. Ela conta com um grupo muito experiente, acostumado a jogar junto. Após a derrota nas quartas-de-final no Mundial de 2011, as jogadoras estabeleceram como meta os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Quarenta anos depois do único título conquistado pela ex-Iugoslávia, a Sérvia pode esperar neste domingo consagrar-se pela primeira vez como campeã sendo uma nação independente. As sérvias não eram consideradas favoritas para a medalha de ouro mas souberam tirar vantagem do 4° lugar no último campeonato europeu, em 2012, realizado no próprio país.
Apoiadas por mais de 18 mil torcedores que invadiram o ginásio de Belgrado, o que já havia garantido um recorde de público para o handebol feminino, as sérvias eliminaram a Polônia nas semifinais ao vencerem a partida por 24 a 18.
Os pontos fortes do time são uma defesa rigorosa e uma goleira de muito talento, Katarina Tomasevic, que brilhou sobretudo na vitória das quartas contra a Noruega, atual campeã olímpica e mundial.
Brasil em vantagem ?
Brasil e Sérvia se enfrentaram na primeira fase, com a vitória apertada das brasileiras por 25 a 23. Segundo especialistas, a seleção do Brasil é favorita por ter mais opções de jogo que as sérvias, com um ataque mais variado. Mas para ficar com o título, será preciso controlar as emoções da final e a pressão da torcida adversária.
Seis brasileiras atuam juntas durante o ano defendendo as cores do time austríaco de Niederösterreich, o que facilita o entrosamento em quadra. O treinador dinamarquês Morten Soubak também pode ser considerado responsável pela evolução do handebol feminino do Brasil que ganhou em jogo coletivo e no controle emocional, já que as brasileiras eram consideradas irregulares em competições.
Além da boa fase da goleira Babi, o Brasil tem um trio considerado de “ouro” com a ponta direita Alexandra Nascimento, vice-artilheira do Mundial com 48 gols, a armadora Eduarda Amorim e a central Ana Rodrigues. Na final, Alexandra pode superar a líder da artilharia, a alemã Susann Muller que tem 62 gols.
A Sérvia tem menos qualidades ofensivas e se apoia na dupla Sanja Damnjanovic/Andréa, que dividem a quinta colocação na artilharia da competição.
O Brasil também e a única seleção a chegar invicta à final já que além da própria Sérvia, havia derrotado a Argélia, China, Dinamarca Japão na primeira fase, e depois Holanda, nas oitavas, Hungria nas quartas, e novamente a Dinamarca nas semifinais. (rfi.fr)