Nações Unidas – O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil defendeu quarta-feira uma “harmonização” de posições entre a CPLP e a comunidade da África Ocidental (CEDEAO) em relação à Guiné-Bissau e um maior envolvimento do secretário-geral da ONU numa solução.
Questionado pela agência Lusa sobre se é altura de a posição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) evoluir no sentido de trabalhar com o governo saído do golpe de Estado de Abril, que está de facto no poder, António Patriota rejeitou que haja um “braço de ferro” entre o bloco lusófono e a comunidade regional.
“O esforço aqui é harmonizar o papel que diferentes países, individualmente e em agrupamentos sub-regionais, podem exercer”, afirmou o ministro brasileiro.
Patriota discutiu, durante a tarde nas Nações Unidas, a questão guineense com a nova presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma.
“A ideia é promover uma articulação que seja harmoniosa e leve a efeitos palpáveis, um melhoria de condições de vida e progressos institucional na Guiné-Bissau, com cada grupo exercendo o seu papel”, afirmou.
Uma reunião das lideranças da CPLP e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terá lugar nos próximos dias, para identificar “pontos de estrangulamento e pontos de convergência com vista a que se encontre uma solução rápida para Guiné-Bissau”, disse à Lusa o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy.
Sobre a retoma das eleições interrompidas pelo golpe de Estado de Abril, uma exigência que CPLP tem apresentado, recusando-se a reconhecer o governo saído do golpe, Murargy afirmou que “é um caso a repensar”.
O plano de acção será submetido ao longo desta semana aos ministros dos países membros da CPLP e CEDEAO.
A situação na Guiné-Bissau será abordada também numa reunião da Comissão de Consolidação para a Paz, que deverá ter lugar hoje (quinta-feira).
António Patriota defendeu ainda a necessidade de uma reunião de alto nível, em conformidade com as determinações do Conselho de Segurança, que prevêem um papel mais interventivo para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Fonte: ANGOP