O ex-presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação contra Luiz Inácio Lula da Silva na qual exige do atual presidente uma retratação pública e indenização, por ter sugerido o desaparecimento de móveis do Palácio da Alvorada, informou neste sábado seu advogado.
A ação por danos morais foi apresentada ontem por Bolsonaro e sua mulher, Michelle, ao Juizado Especial Cível do Distrito Federal, segundo documento enviado à AFP pelo advogado Fábio Wajngarten.
Na última quarta-feira, o governo Lula divulgou uma nota em que afirma ter encontrado 261 itens do palácio presidencial que não haviam sido localizados em janeiro de 2023, quando ele assumiu o poder, e que estavam “abandonados em depósitos externos”.
Bolsonaro e Michelle pedem que Lula se retrate “na mesma proporção do dano” que causou, além de uma indenização de 20 mil reais, a ser revertida para uma ONG.
Lula quis “atribuir aos autores fatos inverídicos, com o nítido intuito de manchar a sua reputação”, diz o documento. “Convocar a mídia para afirmar que os autores teriam ‘levado’ e ‘sumido’ com os bens públicos” é “reprovável e irresponsável”, acrescenta.
Lula tomou posse em 1º de janeiro de 2023, mas sua mudança levou pouco mais de um mês, por motivos de segurança, reformas e compras, tendo sido concretizada no mês seguinte.
Em 8 de janeiro de 2023, uma multidão de apoiadores de Bolsonaro invadiu o Palácio do Planalto e outras sedes do poder em Brasília. O ex-presidente havia viajado para os Estados Unidos antes desse episódio.