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    Benguela: Activistas sem dinheiro para pagar multas continuam presos e rejeitam comida da cadeia

    VOA | João Marcos

    Os sete activistas detidos no Lobito, na província de Benguela, na sequência dos protestos contra a falta de água foram condenados, na sexta-feira, 05, a cinco meses de prisão, com a pena convertida em multas, num processo em que a defesa pede nulidade por falta de provas.

    Membros do auto-denominado Movimento Revolucionário viram o Tribunal de Comarca dar como provados os crimes de desobediência e injúria contra a autoridade pública.

    No dia da leitura da sentença, 72 horas após os protestos defronte à Administração Municipal, o Ministério Público disse que os réus violaram o artigo 47 da Lei Constitucional, que consagra o direito à manifestação, por não terem feito uma comunicação prévia às autoridades.

    O advogado de defesa, Chipilika Eduardo, sublinha que os crimes não foram provados e lamenta que as multas, avaliadas em 469 mil kwanzas, com emolumentos incluídos, estejam a condicionar a soltura dos activistas.

    ‘’É aqui onde reside a injustiça da sentença. Não se pode privar a liberdade a alguém por falta de pagamento, já que existe pena de prisão e pena de multa. Nenhum dos três crimes, o de assuada, desobediência e injúria contra a autoridade pública, ficou provado, a sentença foi generalista, não precisou o que eles fizeram de concreto’’, justifica o advogado.

    De acordo com o causídico, só um recurso justificaria a manutenção da prisão, pelo menos até o parecer do Tribunal Supremo, mas o certo é que os jovens continuam encarcerados, e a rejeitar a alimentação dos serviços prisionais.

    O activista Eduardo Ngumbe, que vem mantendo contacto com os seus colegas, disse à VOA que as prisões não vão acabar com as reivindicações.

    ‘’Eles não estão a aceitar mantimentos dos serviços, só mesmo da família, mas tem atrasado. Tanto é que um dos colegas, o Prio, teve uma quebra no julgamento, caiu e foi levado. Apesar disto, nós vamos continuar a reivindicar os direitos’’, garante Ngumbe.

    Os activistas que protestaram contra a falta de água na zona alta do Lobito terão de desembolsar o equivalente a 1.364 dólares americanos, valor considerado alto, daí que algumas organizações cívicas tencionem lançar uma campanha de recolha de fundos.

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