O médico-legista David Roberts, do instituto de medicina legal de Cumbria, no Reino Unido, confirmou esta segunda-feira que Poppi Worthington, de 13 meses, terá sido violada pelo pai antes de morrer sufocada na noite de 12 de dezembro de 2012.
Apesar de confirmar o abuso sexual, David Roberts diz que não terá sido essa a causa de morte. Segundo as provas forenses averiguadas na autópsia mais recente, a bebé não terá morrido após ou durante a violação, mas horas mais tarde enquanto dormia na cama dos pais.
Esta nova autópsia, dizem as publicações britânicas The Guardian e a BBC, terá sido pedida pela justiça por ainda estarem por explicar vários ferimentos suspeitos detetados no corpo de Poppi.
O médico legista aponta que as lesões sejam resultado da violação a que a criança foi sujeita. Porém, afirma que estas provas não transmitem a ideia clara de que a morte da criança terá sido premeditada. “A causa da morte estará associada ao facto de a bebé ter sido colocada num ambiente pouco seguro que poderia ter comprometido a sua respiração”, afirmou Roberts. Na altura, Poppi sofria de uma infeção respiratória, elemento que também poderá ter levado ao falecimento da criança.
Apesar das alegações feitas contra o pai, é provável que Paul Worthington não chegue a ser julgado, já que a investigação policial e as provas forenses recolhidas no início da investigação se encontram comprometidas.
A fralda que Poppi usava na noite do crime, assim com a parte de baixo do seu pijama, nunca foram encontradas, por exemplo, e só oito meses depois da morte é que a polícia local começou uma investigação a fundo e prendeu Worthington e a sua mulher.
O pai da bebé mantém a garantia da sua inocência desde novembro de 2016, altura em que a Crown Prosecution Service começou a considerar a sua possível culpa.
Forçado a prestar declarações sobre o sucedido, Worthington foi apresentado em tribunal e terá recusado responder a 252 questões relacionadas com a noite da morte da filha, alegando estar a exercer o seu direito legal de não dizer nada que o pudesse incriminar.
Mais recentemente, a própria polícia de Cumbria foi colocada sob investigação por alegada negligência no tratamento do caso.
Os primeiros detetives a investigar o caso estão a ser acusados de comprometerem e de perderem várias provas importantes, para lá de terem agido de forma ‘não estruturada e desorganizada’, mesmo tendo em conta que existiam suspeitas de crime desde início. (Notícias ao Minuto)
por Lusa