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    Bancos preparam conformação à directiva emitida pelo BNA

    O Atlântico está-se a preparar para se conformar à Directiva 09/2021 do BNA, que sujeita os bancos comerciais a abastecerem os caixas automáticos (ATM) num mínimo de 95 por cento da capacidade total (20 milhões de kwanzas) do dia 25 de cada mês a 5 do mês seguinte, bem como a adoptarem horários extraordinários, incluindo aos sábados, para atenderem os clientes em época de pico.

    Numa declaração enviada ao Jornal de Angola, o banco afirmou possuir “uma Direcção de Self Banking, bem como modelos de funcionamento e operacionalização” com potencial para assegurar, no seu parque de ATM, “um serviço regular em todos os pontos de atendimento, em regime de disponibilidade contínua (24 horas nos setes dias da semana), incluindo sábados domingos e feriados”.

    No domínio do alargamento dos horários emanado pelo BNA, o Atlântico anunciou que vai retomar as operações adoptadas no contexto da pré-pandemia, quando teve várias agências a funcionar aos sábados e em horário alargado e diferenciado, com agências a abrirem mais cedo e outras mais tarde, estas, deferindo o encerramento.

    Num programa difundido, ontem, pelo Canal A da RNA, representantes do Atlântico, bem como  dos bancos de Poupança e Crédito (BPC) e Angolano de Investimentos (BAI) disseram esperar estar conformados com a directiva a 15 de Setembro, no início do prazo concedido pelo banco central para a aplicação da medida.

    Nesse programa, o director do Departamento de Sistemas do Banco Nacional de Angola (BNA), Edgar Costa,  apontou o encerramento de 100 agências bancárias nos últimos 10 meses e a regularidade do pagamento de salários observada nesse período, entre o  principais motivos do grande fluxo de clientes nas agências bancárias e ATM.

    “O problema não é falta de dinheiro, pois os ATM têm capacidade limitada. Numa altura em que o número de cartões é muito superior e foram encerradas 100 agências bancárias, é necessário optar pelos aplicativos digitais como Internet Banking e Multicaixa Express, como formas de debelar a situação”, disse.

    O director de Marketing do BPC, José Matoso, garantiu o empenho da Direcção do banco em  solucionar os problemas registados no sistema, provocados por um ataque cibernético ocorrido no dia 13 de Julho, que limitou, em grande medida, a capacidade do banco em lidar com determinadas questões técnicas.

    “Já recuperamos 80 por cento da capacidade, razão pela qual os clientes podem utilizar o Multicaixa Express para efectuar qualquer tipo de operação. Não posso adiantar datas, mas,  muito em breve, o banco estará em condições de cumprir com  a directiva do BNA”, afirmou.

    Para director de Comunicação e Gestão de Investimentos do BAI, Fábio Correia, a redução do fluxo de clientes em época de pagamentos, passa pela introdução de aplicativos utilizados com facilidade pelos consumidores nos mercados informais.

    “O mercado informal tem dificuldades em aceitar o dinheiro digital. Há mais de cinco anos, disponibilizamos o serviço e-Kwanza, no qual estão inseridos sete mil clientes, mas notamos que muitos comerciantes preferem o contacto com dinheiro sonante. Noventa por cento das operações são de depósito e levantamento de pequenas quantidades”, notou.

    Levantamentos com  TPA estão em estudo

    O Terminal de Pagamento Automático (TPA), disponíveis nas  lojas, passa a fazer parte dos dispositivos de levantamento de dinheiro, anunciou, ontem, em Luanda, o porta-voz da Empresa de Serviços Interbancária (EMIS), Joaquim Caniço.

    Em declarações ao Jornal de Angola, o responsável informou que a medida visa contribuir para se reduzir ou mesmo eliminar as enchentes nos ATM, situação que tem se tornado cada vez mais frequente, causando certos constrangimentos aos cinsumidores de serviços bancários.

    O levantamento de dinheiro por intermédio de TPA, que ainda está em fase de estudo, permite aos consumidores efectuar levantamentos por duas modalidades, a primeira das quais associando o levantamento de dinheiro ao momento da realização de compras num estabelecimento comercial.

    Nessa altura, o consumidor poderá obter dinheiro em forma de troco, depois de lhe ser debitado o valor de custo das compras. Para melhor esclarecimento, Joaquim Caniço forneceu o exemplo da situação em que um cidadão faz compras no valor de 16 mil kwanzas, com o caixa a fazer o desconto dos 16 mil kwanzas e a devolver quatro mil kwanzas em dinheiro, caso o cliente manifeste interesse na realização da operação, prevendo-se que, para esta situação, o cliente não assume nenhum pagamento pela operação realizada.

    Na segunda modalidade, explica o porta-voz, o cidadão poderá adquirir dinheiro mesmo sem fazer compras, bastando que solicite, junto do estabelecimento comercial, a realização da operação de levantamento de dinheiro, devendo, o primeiro, assumir o custo da operação, que ainda não está determinado. “Como já disse anteriormente, este processo todo ainda está em estudo”, insistiu.

    Num normativo, emitido recentemente, o Banco Nacional de Angola (BNA), orienta os bancos comerciais a proporcionar aos clientes, um serviço de qualidade que passa por manter os ATM (multicaixas) abastecidos em quase 100 por cento, e apelou aos bancos com maior movimento alargarem os dias de trabalho até ao sábado.

    A instituição incumpridora desta medida incorre em penalização, prevista por lei, acentua o BNA.
    O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Bancários (SENEBA), Filipe Makenko manifestou cepticismo quanto aos resultados desta medida. “Este normativo poderá não produzir o efeito desejado, pois o que nos parece é que, os bancos comerciais não têm disponibilidade no que diz respeito ao abastecimento dos caixas automáticas”, disse.

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