“Chegou a hora de os EUA pararem com a perseguição ao WikiLeaks, ao nosso pessoal e às nossas fontes”, disse Julian Assange numa videoconferência durante uma iniciativa organizada na sede da ONU.
Julian Assange continua em asilo político no interior da embaixada do Equador em Londres, o que não o tem impedido de intervir em diversas ações como entrevistas (na imagem, a 19 de agosto) ou videoconferências
O fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, pediu à administração Obama que acabe com a perseguição e exigiu garantias aos Governos do Reino Unido e da Suécia de que não será extraditado para os Estados Unidos.
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“Estamos de acordo nos discursos que falam de alcançar a paz, contudo, o tempo das palavras acabou. Chegou a hora de os Estados Unidos pararem com a perseguição ao WikiLeaks, ao nosso pessoal e às nossas fontes”, afirmou Julian Assange, numa videoconferência durante uma iniciativa organizada na sede das Nações Unidas.
O australiano, que interveio a partir da embaixada do Equador em Londres, onde se encontra há três meses, disse que, até ao momento, nem o Reino Unido nem a Suécia deram garantias às autoridades equatorianas de que não será extraditado para os Estados Unidos.
Durante a videoconferência, em que também esteve presente o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patio, o fundador do portal pediu para que “não seja subestimado” o alcance da investigação lançada por Washington contra o WikiLeaks e especificou que o FBI conta com “mais de 42 mil páginas” relacionadas com as suas atividades.
Denúncia de torturas a Manning
Na recente Convenção Democrata, em Charlotte, manifestantes exigiram a libertação do soldado Bradley Manning, fornecedor de documentos militares secretos à WikiLeaks
John Adkisson/Reuters
Julian Assange denunciou também a situação sob a qual está a passar Bradley Manning, o soldado norte-americano acusado pelo Exército de ter fornecido milhares de documentos secretos ao WikiLeaks, indicando que continua detido e que foi mesmo alvo de torturas psicológicas.
“Estamos dispostos a permanecer firmes em denunciar torturas, independentemente de quem são os responsáveis”, reiterou Assange durante a sua intervenção, em que também reconheceu que os Estados Unidos “não são o inimigo” e disse que alguns grupos no país apoiam “as forças de mudança”.
O chefe da diplomacia do Equador confirmou que manterá esta quinta-feira uma reunião na ONU com o seu homólogo britânico, William Hagues, com quem voltará a abordar o pedido de concessão de um salvo-conduto para que Julian Assange possa desfrutar plenamente do asilo concedido por Quito.
“Vamos insistir na necessidade de lhe oferecerem um salvo-conduto, de modo a solucionar este impasse e proteger os direitos humanos do senhor Assange”, afirma.
“Querem manter o senhor Assange dez anos na embaixada, sem que tenha direito à sua vida pessoa? O Reino Unido é uma nação que diz defender os Direitos Humanos e a liberdade de expressão. Será justo, será humano, que o pretendam manter na embaixada durante meses ou anos?, questiona Ricardo Patio.
FONTE: Expresso