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    António Venâncio persiste na candidatura à presidência do MPLA

    António Venâncio confirma à DW África dificuldades em recolher assinaturas para uma candidatura à presidência do partido governamental de Angola, a uma semana do prazo de entrega.

    António Venâncio quer concorrer contra o Presidente de Angola, João Lourenço, à liderança do partido governamental Movimento pela Libertação de Angola (MPLA). O político disse à DW África que não desiste da candidatura à presidência do MPLA, apesar do processo de recolha de assinaturas estar a ser mais lento do que previa.

    O engenheiro, que milita no partido há 48 anos, garante que tudo fará para que João Lourenço não concorra sozinho à sua sucessão, em nome da democracia e pluralismo político interno.

    “Devo confessar que contávamos que fosse um processo muito mais acelerado. É claro que há fatores que impedem que isso aconteça o mais depressa possível. Alguns fatores são de ordem objetiva e outros de ordem subjetiva”, disse Venâncio, sem avançar pormenores.

    O VII Congresso Ordinário do MPLA preconizou uma maior democratização interna.
    (© DW/V. T.)

    Défice de democracia interna no MPLA
    Analistas consideram que os obstáculos colocados a António Venâncio são manobra de adeptos de João Lourenço no MPLA, que pretendem impedir o avanço de qualquer concorrência, contrariamente aos estatutos do partido. E lamentam a falta de democracia interna no partido.

    Venâncio acredita que conseguirá obter todas as assinaturas necessárias até ao final do prazo, daqui a uma semana.

    “Estamos confiantes que essa vontade expressa pelos nossos delegados ao VII Congresso Extraordinário do partido no sentido da abertura do partido a múltiplas candidaturas, de modo mais efetivo, vai ser um bem material que o partido vai exercitar neste próximo VIII Congresso”, afirmou.

    O congresso, durante o qual será escolhido o próximo líder do partido, realiza-se de 9 a 11 de dezembro.

    A moção de apoio à recandidatura de João Lourenço ao cargo de presidente do MPLA levanta dúvidas sobre a chance real dos múltiplos candidatos que se colocam como alternativa para a liderança do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
    (© DW/A. Cascais Provided by Deutsche Welle)

    O importante é “a concorrência de ideias”
    Esta semana, Tchizé dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, escreveu na rede social Facebook que apoia a candidatura de Venâncio.

    Enquanto o político enfrenta dificuldades para conseguir reunir as duas mil assinaturas necessárias para sua candidatura, João Lourenço, o atual líder do MPLA, conseguiu reunir 21.750 assinaturas em sete dias.

    Para António Venâncio, mais do que reunir assinaturas, o importante são as ideias e projetos políticos dos candidatos: “O essencial aqui é o debate interno, é a concorrência do ponto de vista das ideias.”

    Por exemplo, sobre o combate à corrupção, o grande cavalo de batalha de João Lourenço, António Venâncio diz que é preciso reforçar os poderes das instituições e das bases. Para que esse combate seja efetivo, deve ser feito por todos, a todos os níveis, e não apenas pelo Presidente, reforça o político.

    Imagem da Conferência do MPLA em 2018.
    (© DW / António Cascais)

    Melhorar a luta contra a corrupção
    “Eu creio que devemos deslocar o centro de gravidade de combate à corrupção para as instituições do Estado. São as instituições do Estado, convenientemente municiadas, apetrechadas, com capacidades para levar a cabo um conjunto de ações que visam eliminar toda a prática de corrupção”, disse Venâncio à DW África.

    António Venâncio ingressou oficialmente no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em março de 1974. Ativista político e coordenador da célula do Movimento e Grupo de Ação do MPLA dos trabalhadores do Porto, Caminhos-de-ferro e Transportes (PCFT) de Luanda, desenvolveu uma intensa atividade política, mobilizando cidadãos angolanos e portugueses no sentido de não abandonarem o país.

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