A empresa estatal angolana de telecomunicações, Angola Telecom, pode voltar a explorar serviços de telefonia móvel se o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação encontrar soluções para a recuperação da empresa pública, que já teve o monopólio de quase todos os serviços do país.
A edição de Junho da Redes, publicação da Angola Telecom, a que o Jornal de Angola teve acesso, dá conta que o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, declarou que o órgão que tutela está empenhado em encontrar soluções para que a empresa ultrapasse a actual fase.
Para tal, o ministério trabalha em dois eixos fundamentais: um que visa a capitalização da Angola Telecom, para esta investir em novas oportunidades de negócios, e o outro que tende para um programa de reestruturação.
A Angola Telecom atravessa um forte défice financeiro e, nesse âmbito, medidas extraordinárias estão a ser projectadas pelo Executivo angolano com vista a contornar tal quadro, mediante as oportunidades delimitadas no Livro Branco das Telecomunicações, onde se pode destacar a prerrogativa que concede uma licença global dos serviços a explorar a todo o operador de telecomunicações.
Note-se que, até ao ano de 2000, apenas existia no mercado angolano a empresa pública Angola Telecom. Em Setembro de 2002, a empresa abriu mão de alguns dos seus negócios, fez parceria público-privada e criou a subsidiária Movicel, com a qual passou a operar uma rede analógica.
Um anos antes, a Movicel encontrou no mercado a privada Unitel, com uma quota superior a 60 por cento do mercado.
Em 2009, a Unitel atingiu os cinco milhões de clientes e fazia-se já representar em todas as províncias do país, enquanto a Movicel contava, nessa altura, com apenas dois milhões e meio de clientes e marcava presença em apenas uma centena de municípios das 18 províncias angolanas. Estima-se que Angola possui 16 milhões de habitantes, numa extensão territorial de 1.246.700 quilómetros quadrados. A capital, Luanda, deve possuir acima de cinco milhões de pessoas.
A Movicel iniciou a sua actividade no segundo semestre de 2003, como subsidiária da Angola Telecom. Ao longo do ano de 2004, a Movicel implantou uma rede de terceira geração baseada na norma CDMA 2000-1X, estendendo os seus serviços a 16 províncias do país. Para estender a cobertura dos serviços da operadora 91 a todo o território nacional, a companhia firmou um contrato de fornecimento de uma plataforma de redes digitais de nova geração (New Generation Networks – NGN), com a UTStarcom. Em 2009, desenvolveu uma parceria estratégica com a operadora chinesa ZTE.
A telefonia móvel em Angola arrancou no ano de 1993, com a primeira célula da rede analógica instalada pela multinacional “Motorola”. Entre 2001 e 2002, o número de utilizadores de telefonia móvel celular cresceu de 20 mil para mais de 70 mil, tendo ultrapassado o total de serviços fixos.
Fonte: Jornal de Angola