Vinte e oito mil novos casos de infecções de VIH/Sida são registadas no país nos últimos informou hoje, quarta-feira, em Luanda, o secretario executivo da Rede Angolana das Organizações Não-Governamentais de Luta Contra VIH/Sida (ANASO), António Coelho.
Referiu que nos últimos cinco anos, os dados estimados sobre a Sida em termos de taxa de prevalência é inferior a três por cento, ou seja o país tem 350 mil a meio milhão de pessoas que vivem com VIH.
O responsável, que falava a margem do “workshop de comunicação para as organizações da sociedade civil de combate a sida e grandes endemias”, esclareceu que deste número cerca de 98 mil pessoas fazem terapia anti-retroviral, e em termos de morte são registados por ano 11 a 12 mil mortes por ano.
Apontou que do ponto de vista da cobertura do tratamento, infelizmente é inferior a 50 por cento, sendo a mais preocupante a taxa de transmissão de mãe para filho, pois no âmbito do programa de transmissão vertical há dois anos a taxa era de 21 por cento.
A ANASO está a trabalhar no sentido de reduzir a taxa para cerca de 15 por cento, porque surpreendentemente, de acordo com os últimos dados, a taxa subiu para 26 por cento, ou seja, entre 100 mães seropositivas grávidas e as que dão a luz, 26 crianças nascem positivas.
A título de exemplo, o responsável referiu que países como Cuba já zeraram a taxa de transmissão e Cabo Verde tem uma taxa actual de 5 por cento.
Segundo António Coelho, a falta de informação para as mães seropositivas e os maridos dessas mulheres de criar condições para levar as consultas pré-natais também está na base do elevado número de transmissão vertical, defendendo a necessidade de se melhorar as acções de formação e de prevenção.
Quanto ao ponto de vista de preservativos, informou haver limitações graves por falta de fundos para compra de novos preservativos e de testes, adiantando que este ano o lema do dia mundial de luta contra a sida ( 1 de Dezembro ) será “Reconheça o seu estado serológico“, de forma a incentivar as pessoas a conhecer o seu estado.
Do ponto de vista da comunicação, adiantou não ser das melhores para responder a situação, porque em seu entender há jornalistas que têm dificuldades em trabalharem matérias relacionadas com a doença.
O encontro tem o término previsto para quinta-feira (dia 1 de Novembro). (Angop)