Nova Iorque (Do enviado especial) – O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, reconheceu hoje, em Nova Iorque, a existência de maior maturidade para a prevenção e resolução de conflitos no mundo, pelo que se congratulou com o lema que preside a presente sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Instado pela imprensa angolana a tecer comentários em torno do assunto, Georges Chikoti disse que há mais maturidade no mundo e certamente que este é um bom momento para se dar corpo ao lema “O papel da negociação na resolução pacifica de conflitos”.
Contudo, ressalvou que é necessário que os países mais poderosos prestem mais atenção às posições dos mais fracos, para se evitar entrar numa lógica de imposição e voltar-se ao clima dos tempos da “guerra-fria”.
O ministro defendeu que ultrapassada essa era, a negociação, agora, é um elemento crucial para a resolução dos actuais conflitos e algumas crises esporádicas, particularmente em África.
“Angola sempre pugnou pela via da negociação política e pacifica para a resolução de conflitos em África (…) e esta é a posição que temos vindo a encorajar aos nossos parceiros e pensamos que este é um bom momento de trabalharmos de maneira construtiva para a paz”, disse.
Angola não só resolveu o seu conflito pela via pacífica, porque sempre pugnou pela reconciliação. Temos um processo de reconciliação nacional que é exemplar no mundo e o conflito ficou definitivamente para trás.
“Nos temos encorajado isso aos nossos vizinhos e a todos os outros parceiros. Estamos engajados em alguns países para os quais temos estado a contribuir para a paz para a negociação como um meio essencial para a resolução de conflitos.
Quanto a posição de Angola relativamente à adesão do Estado palestiniano na ONU, George Chikoti reiterou que è de apoio, apesar de tudo depender da prévia aprovação ou não do Conselho de Segurança. Mas, ao nível da Assembleia-Geral, tem a certeza que a maior parte dos países vai apoiar e reconhecer a Palestina.
O vice-Presidente de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, vai representar o chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, na 66ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, cuja cerimonia oficial de abertura do debate geral vai ter lugar quarta-feira.
“A presidente brasileira, Dilma Rousseff, caberá a honra de proferir o primeiro discurso nesta maior tribuna politico-diplomática mundial. Segunda-feira próxima será a vez do vice-presidente angolano.
Enquanto isso, os ministros das Relações Exteriores, Saúde e do Ambiente, respectivamente Georges Chikoti, José Van-Dúnem e Fátima Jardim, desdobram-se em actividades ligadas às suas esferas de acção.
O primeiro vai participar num simpósio sobre Cooperação Internacional contra o Terrorismo, na 35ª reunião anual dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G77, numa outra da Aliança das Civilizações e na 4ª ministerial de Acompanhamento sobre os Princípios e Linhas Mestras da Declaração de Paris.
Estes princípios são um conjunto de directrizes destinadas à protecção das crianças contra o recrutamento forçado e assistência às que se encontram sob o domínio de grupos armados.
Por seu lado, José Van-Dúnem participa nos debates da reunião de alto nível sobre Doenças não Transmissíveis, numa conferência para o lançamento da carta das realizações da Aliança dos Líderes Africanos para o Combate à Malária e noutro encontro sobre nutrição, entre outras actividades.
A ministra Fátima Jardim participa numa mesa-redonda sobre a Mulher e a Agricultura e Segurança Alimentar Global, a ser animada pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e num fórum do sector privado sobre Energia Sustentável.
Estes painéis fazem parte do tema central “Enfrentar a Desertificação, a Degradação do Solo e a Seca no contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza”, o segundo de um conjunto de três que compõem as reuniões de alto nível da presente sessão da Assembleia-Geral.