Entre 2000 e 2014, a China reforçou a posição de principal concorrente dos EUA no financiamento a países em desenvolvimento: enquanto os norte-americanos doaram ou emprestaram 394,6 mil milhões de dólares, os chineses disponibilizaram 354,4 mil milhões de dólares além-fronteiras, valor que teve na Rússia, Paquistão e Angola os três maiores beneficiários.
Angola recebeu 16,6 mil milhões de dólares da China em 15 anos – de 2000 a 2014 -, montante apenas ultrapassado pela Rússia (36,6 mil milhões de dólares) e pelo Paquistão (24,3 mil milhões de dólares), revela a unidade de investigação AidData, da universidade norte-americana William & Mary.
Segundo a pesquisa, inédita por quantificar com detalhe os empréstimos e doações efectuados por Pequim além-fronteiras, a China estava – em 2014 – a 40,2 mil milhões de dólares de igualar os EUA na lista de principal fonte de financiamento dos países em desenvolvimento.
“Ao nível mais alto, pode-se dizer que os EUA e a China são agora rivais nos gastos, no que toca às suas transferências financeiras para outros países”, escreve o director executivo da AidData, Bradley C. Parks, citado pela agência Lusa.
De acordo com o responsável, a maioria do maioria do financiamento chinês parece servir o crédito à exportação e outros critérios que visam promover os objectivos chineses, mas produzem pouco benefício nos países destinatários.
“A maior fatia do financiamento não visa permitir um crescimento económico significante para os países receptores”, afirma Bradley C. Parks, acrescentando ainda que os beneficiários são países que votam alinhados com Pequim nas Nações Unidas.
Os dados agora divulgados pela AidData resultam de cinco anos de investigação, que envolveram 100 investigadores e assistentes e 15.000 fontes de informação, incluindo 4.300 projectos desenvolvidos em 140 países e territórios. (Novo Jornal Online)