A produção de petróleo, gás e metais preciosos, incluindo ouro, estão a “mostrar força” em Angola, tendo o novo Código Mineiro estimulado empresas multinacionais a investir, afirma a Economist Intelligence Unit.
No seu último relatório sobre Angola que o macauhub teve acesso, a EIU afirma que “mesmo com a actividade não petrolífera a crescer” no país, as autoridades estão a tentar “assegurar que a produção petrolífera doméstica é tão alta quanto possível”.
“O maior ritmo de produção está a ser facilitado em parte por novos projectos como a entrada em funcionamento do [poço] Pazflor, mas também na sequência da resolução de uma série de assuntos técnicos que levaram a cortes de produção nos últimos 18 meses”, adianta.
Este ano, a produção petrolífera deverá ascender a 1,8 milhões de barris diários, face a 1,64 milhões em 2011, e a subida prolongar-se-á até 2014, com as projecções a apontarem para um débito diário na ordem de 2 milhões de barris.
Segundo os últimos números do FMI, a pujança do sector petrolífero deverá permitir um crescimento da economia angolana próximo de 9,7 por cento em 2012, enquanto o governo angolano aponta para 12 por cento de crescimento.
A EIU prevê que o sector cresça 8 por cento este ano e 7 por cento no próximo ano, um abrandamento explicado por uma queda de preços na ordem de 10 por cento.
Sectores não-petrolíferos como a construção e o comércio deverão ter fortes desempenhos este ano, “agora que o governo pagou as suas dívidas de serviços de 2009”, refere a EIU.
A intensidade da construção levanta mesmo algumas preocupações de que exista uma “bolha” no imobiliário, com algumas descidas de preços acentuadas em subúrbios da capital, embora os preços no centro da cidade continuem elevados “reflectindo uma continuada elevada procura”.
Também a ajudar à “força” mostrada pela exploração de recursos naturais, iniciam-se este mês as exportações de gás natural liquefeito da unidade do Soyo, “representando uma nova fonte significativa de receitas para o governo”, adianta a EIU.
O secretário de Estado da Indústria, Kiala Ngone Gabriel, afirmou recentemente que o sector petrolífero e mineiro cresceu 11,8 por cento em 2008 e deverá continuar com forte ritmo de crescimento, graças à aprovação do novo Código Mineiro no final do ano passado.
Neste código, refere a EIU, a “claridade em relação a termos e condições de investimentos, bem como dos direitos dos trabalhadores e demarcação de terras tem sido saudada por empresas multinacionais”.
Além de diamantes, Angola tem reservas amplas de diversos metais preciosos, incluindo ouro, que começará a ser prospectado em grande escala em Mpopo, província da Huíla, no próximo ano.
Segundo o último relatório do banco BPI sobre Angola, no ano passado a economia angolana cresceu mais de 3 por cento e em 2012 prevê-se uma “assinalável aceleração da expansão económica” para próximo dos 10 por cento, “beneficiando da entrada em produção de novos poços petrolíferos e pela intensificação da exploração de gás natural”.
A tendência dos próximos anos deverá ser de abrandamento, para 7,5 por cento em 2013 e 5,4 por cento em 2014.
O aumento das receitas petrolíferas permitiu ainda a Angola nos últimos meses repor o seu nível de reservas internacionais acima de 25 mil milhões de dólares, que em 2009 e 2010 se situou apenas entre 10 mil milhões e 15 mil milhões de dólares.
Fonte: macauhub