O presidente do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA), Arcanjo Maria do Nascimento, disse que o órgão quer “travar a ingerência externa nos assuntos que dizem respeito aos africanos e, em particular, à União Africana”.
Falando quarta-feira em Addis Abeba, durante a abertura de uma sessão de trabalhos do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, cuja presidência rotativa é assumida por Angola desde 1 de Abril, Arcanjo Maria do Nascimento indicou que “a ingerência nas questões internas africanas feita sob os mais variados pretextos tem exacerbado o clima de tensão e de divisão nos países africanos, mais do que solucionar os seus problemas”.
O diplomata angolano acrescentou que a prevalência de situações de conflito e de tensão política continua a impedir o desenvolvimento económico de África e a prosperidade dos seus povos.
“O Conselho de Paz e Segurança tem desempenhado um papel fundamental para dar resposta a esses problemas”, referiu Arcanjo do Nascimento, que é embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto à União Africana.
Diante do arrastar de conflitos já antigos, como o da Somália, ao agravamento de outros e o eclodir de novas crises, disse, é preciso fazer “uma reflexão sobre a viabilidade dos métodos de actuação e se estão de facto à altura da dimensão e da natureza dos problemas que ameaçam a paz e a segurança em África”.
De acordo com Arcanjo Maria do Nascimento, até bem pouco tempo os conflitos resultavam de disputas fronteiriças, étnicas, ou ideológicas, ou da oposição ao regime de partido único. Actualmente a não aceitação dos resultados dos processos eleitorais nacionais tem-se assumido cada vez mais como fonte de conflito.
Para o presidente do Conselho de Paz e Segurança, todas as forças políticas africanas têm a grande responsabilidade de participar de forma ordeira e pacífica na construção dos seus sistemas democráticos para que os povos africanos possam, finalmente, sair da rotina de violência, destruição e atraso económico e social.
Fonte: Angop