Apesar de tratar-se de competições diferentes, a actual reservada a jogadores que evoluem nos respectivos países (CHAN) e a outra incluindo os da diáspora (CAN), é inevitável a analogia.
Em 11 de Janeiro de 2010, Angola passou do céu ao inferno, quando goleava o Mali, por 4-0, até aos 79 minutos, mas deixou-se empatar nos descontos do jogo inaugural da Taça das Nações, no estádio 11 de Novembro, em Luanda.
Os Palancas Negras abriram o marcador aos 36´ por Flávio, que bisou aos 41´. A segunda parte trouxe mais dois golos, ambos de penálte, aos 67´, por Gilberto, e aos 74´, por Manucho.
O resultado expressivo parecia garantir a vitória e deixou em delírio os 50 mil adeptos no estádio, mas inexplicavelmente tudo mudou num instante. Aos 79´, a estrela do Mali, Seydou Keita, fez o 1-4, e aos 88´ Kanouté reduziu para 2-4.
O terceiro golo do adversário foi apontado por Yatabaré, aos 90+3 e no quinto e último minuto de descontos, ou seja, aos 90+5, Keita protagonizou o empate.
A igualdade ficou a sabor à mel para o Mali, mas à fel para os angolanos que até hoje, 13 anos depois, não encontram explicações plausíveis para o inédito ocorrido no histórico do combinado nacional.
Nostalgia à parte, o certo é que o momento é diferente, tal como o tipo de competição, onde jogam apenas atletas dos campeonatos nacionais.
Nesta altura, as estatísticas apontam o Mali como favorito com dois triunfos, nos últimos três desafios entre si, tendo um empate pelo meio.
Regista-se derrota de 0-4, em 11 de Fevereiro de 2009, o memorável 4-4, em 10 de Janeiro de 2010 e 0-1, em 2 de Julho de 2019.
No Ranking da FIFA, actualizado em Dezembro de 2022, Angola figura no 117º posto, com 1158.8 pontos, enquanto o Malí é 45º, com 1449.1 pts.
Com esses números, espera-se por postura resiliente por parte dos angolanos, no Orãn Olympic Stadíun, em jogo do grupo D, composto por três selecções e que só transita a primeira classificada para os quartos-de-final.
Quanto a outra adversária do grupo, a Mauritânia, o desafio de dia 20 poderá ser menos complicado. Os mauritaneanos ocupam a posição 103 no Ranking internacional, com 1197.6 pts.
Conta-se três jogos, uma vitoria e um empate para cada selecção. (4-1) para Angola, em 12 de Outubro de 2018, (1-0) para a Mauritânia, em 16 do mesmo mês, na Taça Africana e (0-0), em 29 de Junho de 2019, na Taça das Nações.
Esta é a quarta participação da Selecção Nacional na competição, depois do Sudão, em 2011, onde ficou na segunda posição, ao perder na final, por 0-3, diante da Tunísia.
Em 2016, no Rwanda, Angola foi eliminada na fase de grupos, enquanto em 2018, no Reino de Marrocos, terminou nos quartos-de-final, tendo perdido para a Nigéria, por 1-2.
O Mali foi finalista em 2016, no Rwanda, e em 2021, nos Camarões, enquanto a Mauritânia teve uma presença modesta na edição de Marrocos, em 2018.
Para esta 7ª edição do CHAN, a Selecção Nacional é composta por Neblu, Hugo Marques e Langanga (guarda- redes),Tó Carneiro, Danilson, Razão, Eddie Afonso, Kinito, Kibeixa e Paizo (Defesas).
Completam o grupo, Além, Higino, Keliano, Herenilson, Megue e Vitoriano (médios), Bito, Gilberto, Caneta, Jaredi, Julinho, Depú e Lepua (avançados).
