Estávamos em 2000 quando, pela primeira vez, uma mulher assumia a presidência da CDU, na Alemanha. A mulher, Angela Merkel, viria a liderar os Democratas Cristãos por 18 anos, até, esta segunda-feira, ter anunciado o fim. Um caminho que começou do lado de lá do muro e, até 1989, se cingiu à zona oriental de Berlim.
Deu os primeiros passos na política aos 35 anos. Foi por duas vezes ministra de Helmut Kohl, até matar politicamente o pai que a trouxe à ribalta e assumir a presidência da CDU. Da frente do partido para a liderança do país passaram cinco anos. Em 2005, Merkel é chanceler alemã e posiciona-se para se tornar numa das mais influentes líderes mundiais.
Um papel no qual Portugal a conheceu de perto, quando em 2012, ainda era um”mau aluno” para a Comissão Europeia e um país em recessão económica. Merkel disponibilizava o apoio germânico enquanto o governo português se comprometesse a cumprir o acordo celebrado com a Troika.
Numa Europa conturbada, também a Alemanha ficou com a casa por arrumar. A crise de refugiados nos últimos anos dividiu o país. Merkel abriu as portas e perdeu popularidade.
Depois das últimas eleições federais, foi obrigada a coligar-se com a CSU e o SPD. A direita exigiu-lhe primeiro limites e mais tarde fez-lheum ultimato para encontrar uma solução a nível europeu.
São duas décadas de uma história de poder prestes a conhecer o final. Merkel anunciou a viragem de página. A liderança do partido fica para trás. Por escrever, tem ainda o governo do país até ao final do mandato, em 2021. (Euronews)