O Presidente Líbio, Muammar Kadhafi, mantém a sua estratégia operacional e, até agora, não forneceu nenhuma pista sobre o seu paradeiro. No terreno, os seus seguidores continuam a oferecer resistência aos rebeldes.
Os combates nos arredores de Sirte intensificaram-se ontem, e não se adivinha, para já, o final das operações, como desejam os rebeldes, que enviaram mensagens às autoridades locais para que se rendam.
A Agência France Press (AFP) noticiou, ontem, que os membros do Conselho Nacional de Transição (CNT) acreditam que Kadhafi ainda está em território líbio, e os seus homens têm o direito de matá-lo, caso ele não se renda.
De acordo com Omar Hariri, os rebeldes suspeitam que Kadhafi está ou em Bani Walid, a sudeste de Tripoli, ou nos arredores da capital líbia. Segundo o encarregado de supervisionar as funções do Ministério do Interior, Ahmed Darrat, os rebeldes esperam encontrá-lo antes do novo governo ser eleito.
O CNT reconhece que o conflito na Líbia já fez mais de 50.000 mortos e o dobro de feridos e desaparecidos, desde Fevereiro deste ano.
Os rebeldes líbios anunciaram ontem a detenção de um alto funcionário do regime do Presidente Muammar Kadhafi e esperam que isto possibilite descobrir o seu paradeiro.
“Nagi Ahrir foi detido no dia 23 de Agosto num posto de controlo quando tentava fugir para a Tunísia, declarou à AFP o coronel Salem Kherfa, militar que se juntou à rebelião. Ele foi encontrado com 29.000 dinares (23.000 dólares).
Segundo o militar, Nagi Ahrir foi detido em Zawiyah, 40 quilómetros o oeste de Tripoli, ao lado de dois filhos, do irmão, do motorista e de um segurança. Ahrir tinha passaporte diplomático. Kherfa afirmou que Nagi Ahrir está sob interrogatório. A situação em cidades como Tripoli, a capital dos país, ainda é tímida.
Conferência
A Rússia participa hoje numa conferência denominada “Amigos da Líbia”, na França, onde vai tentar defender os seus interesses na nação do Norte de África, disse ontem o enviado do presidente Dmitri Medvedev.
“Segundo instruções do presidente, a Rússia vai participar na conferência sobre a Líbia”, disse Mikhail Margelov. “O nosso país foi um dos primeiros a ser convidado para esse fórum”. Mikhail Margelov representa a Rússia na conferência em Paris, onde membros do grupo de contacto sobre a Líbia, comandado por países da OTAN (Organização do Tratado do Alântico Norte), discutem o apoio na reconstrução política e económica do país devastado pela guerra.
A Rússia criticou o grupo de contacto e Mikhail Margelov reiterou que Moscovo insiste que o Conselho de Segurança da ONU, no qual detém poder de veto na condição de membro permanente, “deve assumir um papel chave” nas discussões sobre a reconstrução pós-guerra do país.
“Pretendemos apresentar a nossa visão do processo que visa criar um novo governo nesse país e queremos exercer alguma influência no processo e preservar os interesses económicos e outros interesses na Líbia”, afirmou.
A Rússia permitiu a intervenção militar da OTAN na Líbia quando se absteve na votação para uma resolução do Conselho de Segurança em Março deste ano, mas acusou as forças estrangeiras, que realizam ataques aéreos contra as tropas governamentais na Líbia, de ultrapassar o seu mandato para proteger civis. Dmitri Medvedev juntou-se às nações “ocidentais” para pedir a renúncia do coronel Muammar Kadhafi, mas ao contrário dos Estados Unidos da América (EUA), a Rússia não reconhece o Conselho Nacional de Transição (CNT) como autoridade legítima da Líbia.
Fonte: Jornal de Angola