A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou, em relatório divulgado na quinta-feira, que os altos preços do petróleo estão a limitar o crescimento da procura pelas matérias-primas, particularmente nos Estados Unidos.
A agência alertou que os contínuos problemas na oferta significam que o mercado vai permanecer apertado no segundo semestre. A AIE reduziu, em 190 mil, a previsão para crescimento, este ano, da procura do petróleo para 1,3 milhões de barris diários devido “aos persistentes preços altos” e às “projecções mais fracas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Produto Interno Bruto das economias avançadas”.
O relatório coloca, mais uma vez, a AIE – que representa os interesses dos grandes países consumidores de energia – em contraposição com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) sobre se o cartel precisa ou não de aumentar o limite de produção na reunião de Junho. A OPEP afirmou, também num relatório, que a queda nos preços do petróleo registada na semana passada foi reflexo de um mercado equilibrado.
“A atitude aparentemente relaxada da OPEP em relação ao aumento da produção para contrabalançar os problemas com a oferta da Líbia pode levar a um mercado fortemente apertado no fim do Verão (no hemisfério norte), quando as refinarias estiverem de volta à operação total”, afirmou a AIE.
A paralisia da OPEP, referiu, significa que grandes saques vão ser feitos nos stocks no segundo semestre para atender à procura, o que pode acabar com a estabilidade do mercado. A procura dos países mais ricos, que formam a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), caiu 2,8 por cento em Março, “uma queda significativa, registada apenas em 2008, um ano de preços muito altos, e em 2009, afectada pela recessão”, alerta o documento da AIE.
O crescimento contínuo da procura por petróleo de países de fora da OCDE, referiu, contrabalançou a redução, mas a procura global total cresceu apenas 0,4 por cento em Março, o que é o aumento mais fraco desde meados de 2009.
O efeito do enfraquecimento da procura vai ser, de certa forma, contrabalançado pela continuação dos problemas sérios com a oferta, mantendo o mercado apertado, frisou a agência. A produção de petróleo da OPEP diminuiu, em Abril, 235 mil barris diário e permanece em 1,3 milhões de barris diários abaixo do nível de Janeiro, antes do começo dos conflitos na Líbia.
Fonte: Jornal de Angola