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    Alexandre Dias dos Santos ‘liberta-se’ da UNITA

    O ex-secretário municipal da UNITA no Sambizanga, Alexandre Dias dos Santos, “Libertador”, desvinculou-se do partido do Galo-Negro. A “despedida” foi já formalizada junto da direcção do partido, em carta ao líder Isaías Samakuva, segundo revelou uma fonte afecta ao maior partido da Oposição.

    A fonte, próxima de Alexandre Dias dos Santos, adiantou ainda que a desvinculação se deve, em parte, ao desejo de “Libertador” se ver livre para dar o seu suporte à candidatura de Abel Chivukuvuku, que, eventualmente, poderá concorrer às eleições gerais deste ano, por uma formação política cuja identidade se mantém em segredo A pretensão anunciada de se juntar a Abel Chivukuvuku vem reforçar o que há muito se vem ventilando nas lides políticas e jornalísticas, sobre a eventual saída de Abel da UNITA.

    Chivukuvuku já tornou público que almeja concorrer à Presidência da República, o que não poderá acontecer pela UNITA, partido que apresentará como seu candidato Isaías Samakuva, o líder.

    Em Outubro de 2011, numa entrevista radiofónica à Rádio Ecclésia, Abel Chivukuvuku havia prometido surpreender o país em Novembro, sobre o seu futuro político, um suspense que, no entanto, mantém-se, passados quase quatro meses.

    Ostracismo dita saída Entretanto, uma outra fonte contactada por O PAÍS explicou que a saída de “Libertador”, que é(ra) também membro da Comissão Política da UNITA, justifica-se porque “ultimamente ele sentia-se ostracizado politicamente pela direcção do partido.

    Isso vem desde 2010, depois de ter exigido a demissão de Samakuva, em entrevista concedida a um jornal”.

    E adianta a fonte: “Naquela altura vários secretários municipais do partido foram exonerados, por serem, alegadamente, favoráveis à saída do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, no final do segundo mandato”.

    Uma outra razão também evocada prender-se-á a questões tribais, designadamente o facto de no seio do partido “lamentavelmente” existirem indivíduos que o consideravam “páraquedista” dentro do partido, supostamente por não ter vindo “do outro lado”.

    “Que não veio não sei se das matas, não sei se de onde”, sublinhou a fonte que falou a O PAÍS.
    Alexandre Dias dos Santos “Libertador”, até à notícia do seu abandono, coordenava uma comissão dinamizadora política do partido, um “encaixe” que visava, segundo correligionários que lhe são próximos, “matá-lo politicamente”. Porém, “Libertador” teria contornado o “apagão” com a sua participação activa na sociedade civil, com particular realce para a sua procura de protagonismo em manifestações de rua no ano passado, em Luanda. Segundo a fonte, a dretirada acontece numa altura em que “Libertador” teria sido indicado pela direcção do partido para intregar uma estrutura que estará engajada na campanha eleitoral, onde, supostamente, se iria ocupar de uma importante região eleitoral na província de Luanda.

    “Saí mas não vou para o MPLA”

    No curto contacto que manteve com o O PAÍS, Alexandre Dias dos Santos “Libertador”confirmou a informação avançada pela fonte do nosso jornal, sem no entanto revelar o nome do partido em que vai ingressar. Limitou-se a “aconselhar” este semanário a aguardar pela “tão esperada” declaração política que Abel Chivukuvuku irá fazer ao país.

    “Libertador”, o homem que agora bateu com a porta nas hostes do Galo Negro, teve participação destacada nos eventos de rua do final do ano passado em Luanda, de contestação ao poder político instituído. Disse também que no actual clima político no interior da UNITA, há muito pensava congelar a sua militância, porém “nunca para integrar o MPLA”

    Insistência de Samakuva dita ruptura

    Na entrevista que levou a este desenlace político, Alexandre Dias dos Santos discordava abertamente da ideia de um terceiro mandato para Isaías Samakuva, por entender que estaria a afundar o partido, além de, naquela ocasião, considerar que “o presidente se rodeava de maus conselheiros”.

    De igual modo, defendia que no seio da UNITA havia “algumas aves de rapina ou mesmo abutres que estão a estragar o partido, simplesmente preocupados com lugares, enquanto a organização estava a Vladimiro DIAS o país cair mesmo”. “Estamos a enfraquecer muito”, teria dito.

    Naquela ocasião, apontou as setas para Domingos Maluka e Cláudio Silva, dirigentes do partido, por serem estas “pessoas que aconselham mal o presidente Samakuva”, por terem “ambições pessoais excessivas”, pois “pretendiam ser secretário-geral do partido, não olhando, para isso, a meios”, declarou.

    UNITA surpresa

    Contactado a margem da sua primeira intervenção pública enquanto secretário-geral da UNITA, Vitorino Nhani mostrou-se surpreso com a informação, alegando desconhecer tal facto, prometendo inteirar-se do que estava a acontecer efectivamente para depois dizer alguma coisa. Ainda sobre o assunto, o político da UNITA revelou que pessoalmente mantinha contacto regular com o jovem, tendo o último acontecido a semana passada, mas que ele “nunca deixou transparecer a sua intenção.

    Fonte: O PAÍS

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